Saúde

Vacina Contra Varíola dos Macacos da China Recebe Aval para Ensaios Clínicos

A Sinopharm recebeu autorização para iniciar os testes clínicos da primeira vacina contra varíola dos macacos desenvolvida na China, visando o controle da infecção no país.

A empresa farmacêutica chinesa Sinopharm anunciou que seu candidato a vacina contra a varíola dos macacos recebeu aprovação para iniciar os ensaios clínicos. Essa é a primeira vez que uma dose experimental para a doença, desenvolvida no país, obtém tal aval da principal agência reguladora de medicamentos da China, a Administração Nacional de Produtos Médicos. A vacina foi criada pelo Instituto de Produtos Biológicos de Xangai, que faz parte da Sinopharm, e promete desempenhar um papel crucial no combate à disseminação do vírus.

Segundo o comunicado da empresa, divulgado na segunda-feira, o imunizante é uma vacina de replicação deficiente baseada na cepa MVA, semelhante à Jynneos, aprovada pela FDA (Food and Drug Administration) dos Estados Unidos em 2019. O desenvolvimento da vacina segue um processo rigoroso que, na China, exige a realização de três fases de ensaios clínicos antes de uma possível aprovação para o mercado. Esse processo pode levar anos, mas a agência reguladora chinesa implementou canais acelerados para facilitar a aplicação de novos medicamentos e vacinas, especialmente em situações de urgência.

A Sinopharm afirmou que já possui dados promissores sobre a segurança e eficácia do imunizante com base em estudos pré-clínicos. Além disso, os métodos de produção foram classificados como confiáveis e estáveis. “Em modelos de primatas não humanos, a vacina foi capaz de gerar uma boa proteção imunológica contra o vírus da varíola dos macacos”, informou a empresa.

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Atualmente, a China não tem uma vacina aprovada contra a varíola dos macacos, embora alguns países, como Estados Unidos, Canadá, União Europeia, Japão e Rússia, já tenham liberado imunizantes para uso.

No contexto global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 14 de agosto, que o surto de varíola dos macacos na África constitui uma emergência de saúde pública de interesse internacional — o nível mais alto de alerta da organização. A mesma condição de emergência havia sido declarada em julho de 2022, mas foi suspensa em maio de 2023 após a queda sustentada no número de casos.

Desde o início do surto, mais de 100 mil infecções confirmadas e 226 mortes relacionadas à varíola dos macacos foram registradas em mais de 120 países e regiões. Na China, a doença foi classificada como uma infecção de Classe B, ao lado da COVID-19 e da AIDS, em setembro de 2022. O primeiro caso importado foi relatado naquele mês, enquanto o primeiro caso doméstico ocorreu em junho de 2023. Até o final de julho, o país já havia contabilizado 2.567 casos confirmados.

Texto adaptado de chinadaily.com.cn

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