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Vereadora Raíssa Lacerda é presa pela PF sob suspeita de aliciamento violento de eleitores em João Pessoa

Raíssa Lacerda, vereadora de João Pessoa, foi presa por suspeita de liderar um esquema de aliciamento eleitoral violento. Ela é candidata à reeleição.


A vereadora de João Pessoa, Raíssa Lacerda, foi detida pela Polícia Federal na manhã de quinta-feira, 19 de setembro de 2024, durante a Operação Território Livre, que visa combater o aliciamento violento de eleitores. A parlamentar é candidata à reeleição pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e é acusada de liderar um esquema criminoso para coagir eleitores de bairros específicos da capital paraibana a votarem nela.

Raíssa Lacerda assumiu recentemente uma vaga na Câmara Municipal de João Pessoa, após a morte do vereador Professor Gabriel, em maio, em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC). Antes de retomar sua atividade legislativa, ela ocupava o cargo de secretária-executiva de Direitos Humanos e Cidadania da prefeitura da cidade. Sua trajetória política começou em 2008, quando foi eleita pela primeira vez como vereadora. Naquela época, Raíssa presidia o diretório municipal do Partido Social Democrático (PSD), partido ao qual pertencia antes de migrar para o PSB.

Em seu perfil oficial na Câmara Municipal de João Pessoa, a parlamentar destaca seu envolvimento em iniciativas sociais voltadas para comunidades carentes, entidades filantrópicas e hospitais da cidade. Além disso, ela é casada com Roberto Azevedo Rodrigues de Aquino II, advogado e gerente executivo das Casas da Cidadania, com quem tem três filhos e um neto.

Raíssa Lacerda provém de uma família com histórico político. Seu pai, José Lacerda Neto, foi prefeito, deputado, vice-governador e secretário de articulação política. No entanto, em 2008, ele teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico e político, além de outras irregularidades nas eleições de 2006, quando era vice-governador do então governador Cássio Cunha Lima.

Histórico de polêmicas

A vereadora já se envolveu em algumas controvérsias ao longo de sua carreira. Em 2018, foi acusada de agredir fisicamente e verbalmente a empresária Betânia Navarro. O caso ocorreu em um condomínio de luxo na orla de João Pessoa, onde os pais de Raíssa moram. Betânia relatou que a parlamentar a atacou após desentendimentos envolvendo o irmão de Raíssa e funcionários do prédio. A empresária alegou que a confusão se originou depois que uma funcionária do condomínio denunciou o irmão da vereadora por assédio sexual.

Raíssa, por sua vez, negou as acusações, afirmando que a agressão partiu de Betânia, e que ela apenas se defendeu. A vereadora alegou que o conflito começou após uma injúria racial cometida contra o motorista de seu pai, José Lacerda, que não teria usado o elevador de serviço, conforme relatado pelos envolvidos.

Em 2024, Raíssa também ganhou destaque nas redes sociais ao confundir a jovem psicóloga Lívia Voi, de 23 anos, com a bilionária catarinense Lívia Voigt, de 19 anos. Raíssa mencionou que, ao saber que a bilionária também era psicóloga, pediu ajuda para pessoas mais carentes, afirmando que “não foi invasivo, apenas engraçado”, em referência ao episódio.

Prisão e investigação da PF

Raíssa Lacerda foi presa durante a segunda fase da Operação Território Livre, que investiga o uso de violência para coagir eleitores em João Pessoa. Além dela, uma assessora da parlamentar também foi detida no bairro Alto do Mateus. Outros dois indivíduos, ainda não identificados, também foram presos durante a ação. A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em diversos bairros, incluindo São José, onde um centro comunitário foi alvo da operação.

Na primeira fase da operação, realizada em 10 de setembro, a PF já havia cumprido mandados de busca e apreensão e apreendido R$ 35 mil em dinheiro. A investigação sugere que os envolvidos estavam tentando influenciar o resultado das eleições por meio do controle territorial e da prática de organização criminosa.

Aliciamento Eleitoral

Segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), aliciamento de eleitores é o ato de tentar convencer alguém a votar em determinado candidato ou partido por meios ilícitos, o que configura crime eleitoral. As penas para esse tipo de infração incluem detenção de seis meses a um ano ou prestação de serviços comunitários, além de multa.

A Operação Território Livre, da Polícia Federal, busca desarticular esse esquema de aliciamento eleitoral em João Pessoa, onde Raíssa Lacerda é uma das principais figuras investigadas.

Texto adaptado de g1

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