Em um encontro recente em Pequim, os presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, concordaram em intensificar as relações comerciais em resposta às crescentes pressões do Ocidente. A reunião resultou em uma declaração conjunta sobre o aprofundamento da “parceria de cooperação estratégica abrangente na nova era”.
Xi Jinping destacou que o relacionamento entre China e Rússia se baseia no “apoio firme aos interesses e preocupações centrais de cada um”. Com o comércio bilateral alcançando um recorde de 240 bilhões de dólares no ano passado, Xi enfatizou a cooperação mutuamente benéfica em áreas como pesquisa científica e cadeias de suprimentos industriais.
Durante a visita, a primeira de Putin à China desde outubro de 2023, os líderes discutiram a importância da estabilidade nas relações sino-russas para a paz e prosperidade globais. Xi elogiou a parceria como um exemplo de respeito mútuo e benefício comum, essencial para enfrentar os desafios internacionais.
O encontro ocorre em um contexto de tentativas dos EUA de restringir os laços comerciais entre China e Rússia, especialmente para limitar o fornecimento de bens de uso dual que poderiam apoiar a invasão da Ucrânia pela Rússia. Apesar das sanções ocidentais, Putin afirmou que 90% dos pagamentos bilaterais já são feitos em rublos e yuans, evidenciando a resistência das economias chinesa e russa às pressões externas.
Xi e Putin também discutiram a necessidade urgente de uma solução política para o conflito israelo-palestino e criticaram as alianças militares fechadas no Pacífico, como uma indireta às ações dos EUA na região.
Além das conversas formais, Putin visitará Harbin para participar de uma exposição comercial e visitar o Instituto de Tecnologia de Harbin, um gesto simbólico de solidariedade contra as sanções dos EUA e de aprofundamento no acesso à tecnologia de defesa chinesa pela indústria de armamentos russa.
Analistas destacam que, embora a parceria sino-russa seja forte, ela não é incondicional. A diplomacia chinesa foca na rivalidade com os EUA e na liderança entre os países em desenvolvimento, utilizando a relação com a Rússia como contrapeso à OTAN. No entanto, a China mantém sensibilidade às opiniões do mundo em desenvolvimento e pode limitar seu apoio à Rússia conforme a reação internacional.
Fonte: baseado em artigo publicado em inglês no asia.nikkei.com