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Guilherme Boulos critica venda da Sabesp: ‘se não privatizar esse ano, não privatiza mais’

Em entrevista ao Brasil de Fato, Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal e pré-candidato à prefeitura de São Paulo, criticou o processo de privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que está em curso e deve ser analisado pela Câmara Municipal ainda no primeiro semestre.

“É um escândalo o que eles estão fazendo na privatização da Sabesp. São Paulo abriu mão de recursos, São Paulo abriu mão do protagonismo do processo e entregou para o governo do estado em troca de apoio eleitoral, de politicagem. Abriu mão de interesses da cidade para que o [governador] Tarcísio de Freitas (Republicanos) apoiasse ele na tentativa de reeleição. Vamos trabalhar para não deixar privatizar. Se não privatizarem esse ano, não privatiza mais”, alertou Boulos.

O contrato de São Paulo com a empresa que garantir o controle acionário da Sabesp deve ter a duração de 60 anos. Caso ganhe a eleição, Boulos teria que manter o acordo firmado por Ricardo Nunes.

O vereador Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara Municipal, já decidiu que os vereadores analisarão e votarão o projeto de privatização da Sabesp. A decisão foi tomada após reunião com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), na Prefeitura, no dia 22 de fevereiro.

Ricardo Nunes tem evitado expor em suas agendas, entrevistas e redes sociais, o apoio que recebeu do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No dia 25 de fevereiro, durante a manifestação em apoio ao ex-mandatário, o prefeito compareceu ao ato, mas não publicou fotos ou vídeos sobre o evento.

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Para Boulos, o prefeito tem receio de apresentar Bolsonaro em sua campanha, mas terá que fazê-lo até outubro, quando os paulistanos vão às urnas para decidir quem comandará a prefeitura.

“Não tem mentira que dure muito tempo. O Ricardo Nunes está querendo vender uma ideia de que ele não é bolsonarista, de que ele não é ligado ao Bolsonaro e que, na verdade, ele é de centro. O Nunes sabe a rejeição que o Bolsonaro tem na cidade, o Datafolha mostrou agora que 63% dos eleitores paulistanos não votaria em alguém apoiado pelo Bolsonaro. Ele é um bolsonarista envergonhado, ele apoiou o Bolsonaro em 2022 e agora ele foi atrás do Bolsonaro de forma até meio constrangedora. Agora, não estamos em campanha ainda e o debate não está diariamente na televisão. Quando chegar na campanha, as pessoas vão saber quem é o apoiador de cada um, eu tenho orgulho de ser apoiado pelo Lula”, completou Boulos.

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