A batalha por oportunidades profissionais entre os brasileiros com mais de 50 anos é uma realidade complexa e desafiadora. Sibele Monice, publicitária e designer gráfica de 57 anos, compartilha sua jornada de um ano de desemprego, refletindo a luta enfrentada por muitos nessa faixa etária.
Monice destaca o desafio de encontrar emprego com carteira assinada após sua demissão, atribuindo essa dificuldade ao etarismo prevalente na sociedade e nas organizações. Ela ressalta sua contínua atualização e aprendizado, contrastando com o estigma de que os profissionais mais velhos são menos capazes de acompanhar as demandas do mercado.
Uma pesquisa conduzida pela Robert Half e Labora revela que aproximadamente 70% das empresas contrataram poucos ou nenhum profissional com mais de 50 anos no ano passado, representando apenas 5% das novas contratações. Além disso, cerca de 80% dessas empresas ainda não estabeleceram métricas para avaliar o sucesso de suas iniciativas de inclusão geracional.
Os desafios aumentam com a inversão da pirâmide etária e o prolongamento da expectativa de vida da população, evidenciando a necessidade de mudança na percepção das empresas em relação aos profissionais mais velhos. Maria José Tonelli, professora da FGV-EAESP, destaca a importância de desmistificar estereótipos e reconhecer o potencial e experiência desses trabalhadores.
O preconceito inconsciente também é uma realidade, com empresas reproduzindo práticas discriminatórias nos processos seletivos. Miriam Rodrigues, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, enfatiza a necessidade de políticas concretas e práticas inclusivas desde as primeiras etapas de contratação.
A questão de gênero agrava ainda mais o desafio, especialmente para mulheres acima dos 50 anos, que enfrentam dificuldades adicionais relacionadas à aparência e representatividade. A necessidade de combater esses preconceitos e promover a diversidade é crucial para uma mudança efetiva no mercado de trabalho.
Fonte: Baseado em artigo da BBC News Brasil