Educação

Escritora indígena compartilha visão sobre educação e futuro dos povos originários

Eliane Potiguara, reconhecida como a primeira mulher indígena a publicar um livro no Brasil, é uma figura respeitada e admirada por sua contribuição literária e ativismo político. Em meio aos desafios enfrentados desde a infância, quando foi alfabetizada aos 7 anos para redigir cartas para sua avó, Eliane emergiu como uma educadora e autora prolífica, destacando-se com obras como “A Terra É a Mãe do Índio” (1989) e “Metade Cara, Metade Máscara” (2004).

Sua jornada de superação e engajamento político a levou a receber importantes honrarias, como a Ordem do Mérito Cultural em 2014 e o título de doutora honoris causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2021. Em uma entrevista recente, Eliane refletiu sobre sua trajetória e compartilhou sua visão sobre o poder transformador da educação.

Para Eliane, a escrita das cartas para sua avó foi o ponto de partida para compreender a história de sua família e a saga dos povos indígenas diante da violência e da opressão. Essa experiência a inspirou a dedicar-se à educação e ao ativismo, defendendo uma abordagem inclusiva e diversificada no sistema educacional brasileiro.

Ao discutir o surgimento de mais autores indígenas nas últimas décadas, Eliane enfatiza a importância de dar voz aos povos indígenas e transformar seus pensamentos em obras literárias. Ela destaca o papel dessas narrativas na conscientização política da sociedade e na promoção da diversidade cultural.

Além disso, Eliane ressalta a necessidade de uma educação de qualidade que respeite e preserve as tradições e línguas indígenas. Para ela, a instrução formal e a leitura desempenharam um papel fundamental em sua própria jornada pessoal, permitindo-lhe compreender sua identidade indígena e lutar por sua preservação.

Sobre o futuro dos povos indígenas, Eliane expressa otimismo, destacando os avanços tecnológicos como uma ferramenta para fortalecer as comunidades e preservar suas identidades. Ela acredita em um futuro em que os indígenas tenham acesso aos benefícios da modernidade sem abrir mão de suas tradições e valores.

Em meio aos desafios e contradições enfrentados pelos povos indígenas, Eliane mantém sua esperança em um futuro de evolução e mudança positiva. Sua visão inspiradora ressalta a resiliência e a vitalidade das culturas indígenas, reafirmando sua importância na construção de um Brasil mais justo e inclusivo.


Fonte: Artigo adaptado de Agência Brasil.

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