Tecnologia

China Desenvolve Primeiro Comandante Militar de IA para Simulações de Guerra

Pesquisadores chineses criaram um comandante de IA para simulações militares, treinado com base em decisões de renomados estrategistas.


Pesquisadores chineses desenvolveram um comandante militar de inteligência artificial (IA) projetado para simulações de guerra. Esse comandante de IA, que reflete os pontos fortes e fracos de renomados estrategistas militares, está atualmente confinado a um laboratório na Faculdade de Operações Conjuntas da Universidade Nacional de Defesa, em Shijiazhuang, província de Hebei.

De acordo com o jornal South China Morning Post (SCMP), o comandante de IA já participou de grandes jogos de guerra computacionais para o Exército de Libertação Popular (PLA). Isso lhe deu acesso sem precedentes à autoridade suprema de comando do PLA, permitindo-lhe aprender e evoluir continuamente conforme as dinâmicas de batalha mudam.

O projeto foi revelado publicamente em maio, através de um artigo revisado por pares. Jia Chenxing, engenheiro sênior que lidera a equipe de desenvolvimento, afirmou que a tecnologia de IA apresenta tanto potencial quanto riscos em aplicações militares. No entanto, ele acredita que o projeto oferece uma solução viável para os desafios emergentes.

Na China, o princípio “O Partido comanda a arma” rege o uso militar, permitindo apenas à Comissão Militar Central do Partido Comunista da China mobilizar o PLA. Embora unidades avançadas como drones e cães-robô tenham autonomia para tomar decisões e usar força, a autoridade final de comando permanece com os humanos nos quartéis-generais.

Os pesquisadores ressaltaram que o PLA desenvolveu vários planos operacionais para potenciais conflitos em regiões como Taiwan e o Mar do Sul da China. Jia e seus colegas destacaram a necessidade de testar esses planos em simulações para avaliar suas virtudes e obter insights sobre a confusão da batalha.

O comandante de IA pode substituir comandantes humanos em batalhas ou exercícios virtuais quando estes não podem participar. No laboratório, ele exerce esse poder sem interferência humana, sendo inicialmente programado como um estrategista experiente, com habilidades mentais sólidas, caráter equilibrado e capacidade de analisar e julgar situações com calma.

Jia afirmou que a IA não toma decisões emocionais ou impulsivas e elabora planos práticos rapidamente, baseando-se em cenários semelhantes de sua memória. “A personalidade do comandante virtual pode ser ajustada conforme necessário”, acrescentou a equipe. Sob pressão extrema, humanos podem ter dificuldade em tomar decisões totalmente racionais, mas o comandante de IA busca soluções satisfatórias de forma eficiente.

No entanto, para imitar a falibilidade humana, os cientistas limitaram a base de conhecimento da IA, descartando programaticamente algumas informações quando a memória excede o limite. Esse mecanismo permite ao PLA identificar novas ameaças, elaborar planos e tomar decisões ótimas, aprendendo com vitórias e derrotas, sem intervenção humana.

A pesquisa foi publicada no jornal em língua chinesa Common Control & Simulation.

Texto adaptado de fontes diversas.

Compartilhar: