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‘Divertida Mente 2’: o que podemos aprender com as novas emoções que protagonizam o filme

Adaptado do artigo original de Thomas Germain para a BBC Future.

A continuação do sucesso de animação da Pixar, “Divertida Mente 2”, nos oferece mais uma vez uma visão fascinante dos processos emocionais internos, especialmente durante a turbulenta fase da adolescência. O filme explora como novas emoções influenciam a vida de Riley, agora uma adolescente enfrentando os desafios do ensino médio. Vamos mergulhar nas lições que podemos aprender com as novas emoções apresentadas no filme: Ansiedade, Vergonha, Inveja e Tédio.

Ansiedade

A ansiedade é uma emoção central em “Divertida Mente 2” e é apresentada como um sentimento complexo que, embora desconfortável, tem um papel crucial na preparação para situações futuras e na motivação para evitar consequências negativas.

Alana James, professora de psicologia da Universidade de Reading, destaca que a ansiedade em adolescentes é uma resposta normal às incertezas da vida, especialmente durante a transição para o ensino médio. No filme, a ansiedade de Riley está ligada ao medo de não fazer amigos e se encaixar em seu novo ambiente. James alerta, porém, que devemos estar atentos à diferença entre a ansiedade natural e os transtornos de ansiedade, que têm crescido entre os jovens e podem afetar seu bem-estar a longo prazo.

Tédio

O tédio, embora muitas vezes visto negativamente, é retratado no filme como um sinal de que é hora de buscar novos interesses e atividades. Tina Kendall, professora de cinema na Universidade Anglia Ruskin, explica que o tédio pode ser um catalisador para a ação, nos incentivando a nos comprometermos mais ou a tentarmos algo diferente.

Na era digital, o tédio é frequentemente combatido com o uso de smartphones, mas isso pode criar um ciclo vicioso, aumentando o tédio a longo prazo. No filme, a personagem do Tédio, Ennui, ajuda Riley a lidar com a intensidade de suas emoções, proporcionando um equilíbrio necessário.

Inveja

A inveja é mostrada de forma positiva em “Divertida Mente 2”, ajudando Riley a identificar e perseguir seus desejos. Dacher Keltner, psicólogo consultor do filme, observa que a inveja pode ser uma força motivadora, levando-nos a trabalhar mais para alcançar nossos objetivos. A personagem Inveja no filme, apesar de pequena e doce, desempenha um papel crucial ao motivar Riley a buscar o que ela quer na vida.

Vergonha

Vergonha é outra emoção complexa abordada no filme. Kelsey Mann, diretora do filme, e Dacher Keltner explicam que a vergonha nos torna conscientes das normas sociais e nos motiva a corrigi-las quando as violamos. No filme, a vergonha é retratada como uma emoção necessária para viver em sociedade, ajudando Riley a entender e respeitar as expectativas sociais.

Nostalgia

Embora apareça brevemente, a Nostalgia é retratada como uma emoção gentil e positiva. Javier Leñador González-Páez, professor de história da arte, explica que a nostalgia pode ser um mecanismo de defesa contra a ansiedade, ajudando-nos a valorizar o passado para enfrentar o futuro com mais controle. No filme, a Nostalgia oferece um equilíbrio emocional, lembrando Riley de momentos felizes que podem acalmá-la em tempos de estresse.

Conclusão

“Divertida Mente 2” não é apenas uma continuação encantadora do filme original, mas também uma ferramenta educativa poderosa. As novas emoções apresentadas no filme nos ajudam a entender melhor os complexos sentimentos que enfrentamos na vida, especialmente durante a adolescência. Ao visualizar e refletir sobre essas emoções, podemos aprender a lidar melhor com nossos próprios desafios emocionais e a valorizar a complexidade das experiências humanas.

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