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Lula Critica Banco Central Autônomo e a Atuação de Campos Neto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia em Brasília - Adriano Machado/Reuters

Contexto

Em entrevista à rádio Princesa, de Feira de Santana (BA), nesta segunda-feira (1º de julho), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou suas críticas à autonomia do Banco Central (BC) e à atuação do seu atual presidente, Roberto Campos Neto, que foi nomeado durante o governo de Jair Bolsonaro.

Críticas à Autonomia do Banco Central

Lula afirmou que a independência do BC atende mais ao mercado financeiro do que à população. Segundo o presidente, o próximo comandante da autarquia deverá olhar para o Brasil “do jeito que ele é” e não de acordo com as demandas do mercado financeiro.

Lula declarou: “Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do [ex-presidente Jair] Bolsonaro, não é correto isso”. Ele reconheceu, no entanto, que a autonomia do BC foi aprovada pelo Congresso e que isso será respeitado.

Questões Econômicas

O presidente reiterou sua crítica à política de juros altos, afirmando que a taxa Selic a 10,5% está exagerada e não é necessária neste momento. Lula defende que a política monetária do BC deve estar alinhada com os interesses da nação e não apenas com o mercado financeiro.

Responsabilidade Fiscal

Lula ressaltou seu compromisso com a responsabilidade fiscal e a importância de manter a inflação baixa. Ele citou a decisão do governo de manter a meta de inflação em 3% como um exemplo desse compromisso.

Pronunciamentos e Impactos

O presidente criticou Campos Neto, que recentemente afirmou que declarações de Lula têm impacto negativo nos preços de mercado e dificultam a atuação da autoridade monetária. Lula reiterou que um governante eleito deve ter o poder de indicar o comando do BC, algo que ele considera essencial para a democracia.

Políticas de Salário Mínimo

Lula enfatizou que não haverá mudanças na política de reajuste do salário mínimo, afirmando que o governo não quer “prejudicar quem já é prejudicado”. Ele destacou que ajustes fiscais não serão feitos à custa do salário mínimo e que o governo está combatendo fraudes em programas sociais.


Essas declarações de Lula indicam um desejo de maior controle governamental sobre a política monetária, uma postura que pode gerar tensões com o mercado financeiro e com defensores da autonomia do Banco Central. A nomeação de um novo presidente para a autarquia poderá sinalizar mudanças significativas na direção da política econômica do país.

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