A presidente do TSE, Cármen Lúcia, manifestou preocupação com a tentativa de infiltração de organizações criminosas nas eleições municipais, destacando o risco de essas facções influenciarem na formulação de leis. Em entrevista ao O Globo, ela ressaltou medidas de segurança adotadas pela Justiça Eleitoral e defendeu mudanças institucionais para combater a violência política e a desinformação, reforçando a necessidade de punições mais severas.
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, expressou sua preocupação com a crescente influência do crime organizado nas eleições municipais, especialmente a tentativa de controle legislativo por organizações criminosas. Em entrevista ao jornal O Globo, Cármen Lúcia enfatizou que o TSE está adotando medidas inéditas para combater essa ameaça, como o cruzamento de dados de candidatos com processos criminais, em parceria com o Ministério Público e a Polícia Federal. Essa verificação busca identificar candidaturas que possam estar associadas ao crime organizado.
Cármen Lúcia classificou a situação como “bastante grave”, destacando que o crime organizado não apenas deseja influenciar as eleições, mas também busca interferir na formulação de leis. Para ela, essa tentativa de infiltração pode se expandir para esferas estaduais e nacionais, colocando a democracia em risco.
A ministra também mencionou o aumento da violência política e defendeu uma revisão institucional para enfrentar esse fenômeno. Ela acredita que uma abordagem mais eficaz e uma reformulação de procedimentos, aliadas a mudanças na legislação, são necessárias para reduzir a violência no processo eleitoral.
Outro ponto de destaque na entrevista foi a desinformação, que, segundo Cármen Lúcia, precisa de regulamentação para combater fraudes eleitorais. Ela alertou sobre o perigo das informações descontextualizadas, que podem induzir ao erro, e reforçou a importância de aplicar sanções rigorosas contra essas práticas.