“Trump Usa ‘Loucura’ como Estratégia: Lula Precisa Entender ou Será Humilhado”

(Imagem de capa: ilustração imaginada pela inteligência artificial do X, Grok, com prompt da redação)

A estratégia de negociação de Trump, baseada na “Teoria do Louco” de Nixon, pode ser perigosa para líderes que não a entendem, como Lula.

Richard Nixon desenvolveu a estratégia conhecida como “Madman theory” ou “Teoria do Louco“, onde declarações irracionais e imprevisíveis são usadas para intimidar adversários durante negociações. Donald Trump, inspirado por Nixon, adotou essa tática em sua abordagem política e econômica, acreditando que ameaças de ações drásticas podem forçar concessões.

Trump, desde antes de sua eleição em 2016, destacou a importância da imprevisibilidade, como quando disse no seu primeiro discurso sobre política externa que “devemos, como nação, ser mais imprevisíveis“. Em negociações com a Coreia do Sul, ele instruiu seu representante comercial a transmitir sua “loucura” como uma vantagem. Durante a campanha de 2024, Trump usou essa mesma lógica para dissuadir a China de bloquear Taiwan, afirmando que Xi Jinping o respeitava por sua “loucura“.

Histórica e teoricamente, há argumentos de que fingir loucura pode ser benéfico em certos contextos. Maquiavel, Schelling, e Kahn discutiram essa estratégia, mas a prática mostra resultados mistos. Nixon teve pouco sucesso com essa tática, e o primeiro mandato de Trump não foi marcado por grandes conquistas diplomáticas.

Desvantagens da Teoria do Louco:

  1. Perda de Confiança: A imprevisibilidade pode alienar até aliados próximos, como aconteceu com a China e a União Europeia durante o governo de Trump.
  2. Previsibilidade da Imprevisibilidade: Adversários eventualmente percebem que a loucura é uma estratégia, como foi com Nixon e Putin, deixando as ameaças sem efeito.
  3. Respostas Irracionais: Pode provocar reações inesperadas e perigosas, como na Crise de Berlim entre Kennedy e Khrushchev.
  4. Perda de Credibilidade: Ameaças públicas podem diminuir a credibilidade de um líder, tornando menos provável que as ameaças se concretizem, como no caso de Trump com a Coreia do Norte.
  5. Relações Deterioradas: A postura irracional pode endurecer as posições dos outros, dificultando negociações, como ocorreu com Saddam Hussein após a Guerra do Golfo.

Como Lidar com Trump:

  • Entender a Posição Global: Países como a Colômbia e o Brasil têm menos poder de barganha frente aos EUA.
  • Manter Calma e Previsibilidade: Reduz a eficácia da Teoria do Louco, evitando reações exageradas.
  • Sistema de Incentivos e Penalidades: Apresentar claramente benefícios e consequências em negociações.
  • Relacionamentos Pessoais: Trump valoriza mais relações pessoais do que ideologias ou diplomacia tradicional.
  • Diversificação de Parcerias: Evitar a dependência econômica dos EUA, explorando outras relações internacionais.

Não há uma fórmula para negociar com líderes como Trump, mas ações impulsivas podem ser prejudiciais. Lula precisa de uma abordagem estratégica e pragmática para não ser manipulado por essa tática de negociação.


Artigo inspirado em “A ‘loucura’ de Trump tem método – e se Lula não a compreender, será feito de bobo”, de Rodrigo da Silva, colunista de Estadão

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