Dezenas de funcionários da agência de ajuda internacional são afastados em meio a esforços para transferir sua gestão ao Departamento de Estado.
A administração do ex-presidente Donald Trump determinou a licença administrativa de mais de 30 funcionários da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) neste fim de semana, segundo três fontes com conhecimento do assunto. A medida, que elevou para quase 100 o total de afastamentos na última semana, integra um plano para transferir a autonomia da agência ao Departamento de Estado.
Dois dirigentes responsáveis pelas operações de segurança da USAID também foram removidos após se recusarem a compartilhar documentos confidenciais com representantes do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), liderado por Elon Musk. Paralelamente, Matt Hopson, chefe de gabinete nomeado pela gestão Trump, renunciou ao cargo, conforme relataram cinco fontes. Um membro do Congresso afirmou que a saída ocorreu após os afastamentos na área de segurança. A USAID não se pronunciou sobre o caso.
O movimento ocorre em meio a um cenário de instabilidade na agência, que gerencia bilhões em assistência humanitária global. Na semana passada, Trump ordenou o congelamento de quase toda a ajuda externa dos EUA, alegando a necessidade de realinhar os recursos à política externa de “America First”. A decisão já afeta programas críticos, como hospitais em campos de refugiados no Sudeste Asiático, iniciativas de remoção de minas em zonas de conflito e distribuição de medicamentos para pacientes com HIV.
Brian Mast, presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, defendeu publicamente a incorporação da USAID ao Departamento de Estado. “É preciso mais comando e controle”, declarou no programa Face the Nation da CBS, sem detalhar se a mudança exigiria aval legislativo. Mast classificou o congelamento de fundos e as demissões como “passos necessários para proteger a América”.
Enquanto isso, Elon Musk, aliado de Trump e líder de um comitê federal de redução de custos, intensificou críticas à USAID em publicações no X (antigo Twitter). Neste domingo, acusou a agência de ser “uma organização criminosa” e afirmou: “Hora de morrer”, sem apresentar provas. Funcionários do DOGE realizaram inspeções frequentes na sede da USAID em Washington nas últimas semanas.
Representantes do Departamento de Estado e da USAID não comentaram as alegações.
Texto traduzido e adaptado de Reuters e revisado pela nossa redação.
