Panamá rompe acordo da Rota da Seda com a China após pressão dos EUADecisão visa reduzir a influência chinesa no Canal do Panamá e reforçar laços com Washington

O governo do Panamá anunciou nesta quinta-feira (6) o cancelamento do acordo econômico da Iniciativa Cinturão e Rota com a China, medida tomada após pressões dos Estados Unidos para limitar a presença chinesa no Canal do Panamá.

O presidente panamenho, José Raúl Mulino, declarou que a embaixada do país em Pequim já formalizou o pedido de rescisão do acordo, respeitando o prazo de 90 dias previsto no contrato. “Essa é uma decisão que tomei”, afirmou Mulino em entrevista coletiva.

A decisão ocorre poucos dias após a visita do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que discutiu a influência chinesa na região e os interesses de Washington no canal interoceânico. O tratado, assinado em 2017 pelo então presidente Juan Carlos Varela, visava facilitar investimentos chineses em infraestrutura e comércio. Mais de 100 países aderiram ao projeto, uma das principais iniciativas do governo de Xi Jinping desde seu lançamento, em 2013.

Durante sua coletiva, Mulino questionou os benefícios do acordo para o país. “O que essa ‘Belt and Road Initiative’ trouxe para o Panamá? Quais são os grandes projetos?”, indagou.

Por sua vez, os Estados Unidos celebraram a decisão. Rubio classificou o rompimento como um “grande passo” para fortalecer os laços entre Panamá e EUA. O governo americano vê a Rota da Seda como uma estratégia de expansão da influência chinesa e um risco à segurança global.

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Já o porta-voz da chancelaria chinesa, Lin Jian, declarou que a cooperação entre os dois países “se desenvolve com normalidade e tem gerado resultados frutíferos”, e pediu que o Panamá resistisse a “interferências externas”.

Texto adaptado de AFP e revisado pela nossa redação.

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