Autoridades lamentam a morte de Sebastião Salgado, ícone da fotografia mundial

O mundo da arte, da política e dos direitos humanos está de luto. Faleceu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, em Paris, o renomado fotógrafo Sebastião Salgado, natural de Aimorés (MG). Reconhecido por seu olhar sensível e humanitário, Salgado construiu uma das obras fotográficas mais impactantes e respeitadas da contemporaneidade.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do artista em publicação na rede social X:
“Salgado não usava apenas seus olhos e sua máquina para retratar as pessoas: usava também a plenitude de sua alma e de seu coração.”
Lula destacou o inconformismo do fotógrafo diante das desigualdades do mundo e sua obstinada dedicação a retratar a realidade dos oprimidos como um alerta à consciência da humanidade.

O vice-presidente Geraldo Alckmin também prestou sua homenagem, ressaltando que, por meio de suas lentes, Salgado revelou as belezas e injustiças do mundo, “num chamado à ação consciente, em prol de um mundo inclusivo e sustentável”.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, afirmou que a lente de Salgado “capturou a alma do mundo, com olhar humano, poético e profundamente transformador”. Em nota oficial, o ministério classificou o fotógrafo como um dos maiores ícones da fotografia documental do mundo, citando obras marcantes como Trabalhadores (1993) e Êxodos (2000), que abordam com profundidade e sensibilidade as questões humanas e sociais.

Em Paris, o ministro da Europa e dos Negócios Estrangeiros da França, Jean-Noël Barrot, referiu-se a Salgado como um “grande artista franco-brasileiro” durante a abertura da Semana da América Latina e do Caribe 2025.
“Quero que minhas fotografias contem histórias que façam as pessoas pararem e pensarem. Sinto que a raça humana é uma só”, relembrou Barrot, citando palavras do próprio Salgado.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou Salgado como amigo e um dos maiores nomes da fotografia mundial.
“Sua morte deixa uma lacuna irreparável no jornalismo brasileiro. Descanse em paz, companheiro”, escreveu.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, lamentou a perda:
“Um grande artista. Uma morte precoce, aos 81 anos. Muito cedo. Era um dos patrimônios culturais brasileiros.”
Barroso revelou ainda que, há poucas semanas, recebeu um telefonema do fotógrafo sobre uma preocupação pessoal.
“A perda de uma pessoa como Sebastião Salgado é uma imensa perda para a humanidade”, concluiu.

A Academia de Belas Artes da França, da qual Salgado era membro desde 2016, também manifestou pesar, informando que divulgará um comunicado oficial em breve.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em nota, descreveu o fotógrafo como um dos mais importantes da história contemporânea.
“Sua partida é uma perda imensa para a arte, para os direitos humanos e para todos que acreditam na imagem como instrumento de transformação social.”
A nota destaca a relação de solidariedade entre o artista e o movimento:
“Que sua memória siga viva em cada imagem, em cada rosto retratado, em cada luta que busca justiça e humanidade.”

Sebastião Salgado deixa um legado visual e ético inestimável, marcado por projetos que documentam o trabalho humano, as migrações forçadas, os conflitos sociais e a riqueza da natureza brasileira. Exposições como Trabalhadores, Êxodos e Amazônia, além de registros icônicos como os de Serra Pelada e da Revolução dos Cravos, permanecem como testemunhos vívidos de sua genialidade e compromisso com a dignidade humana.

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Fotojornalista, humanista e ativista, Salgado deixa o mundo com os olhos mais abertos — graças às imagens que nos ensinou a ver.

Com informações de Agência Brasil

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