Lula critica corte de apoio ao desenvolvimento de países mais pobres
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quinta-feira (6) a redução do apoio internacional ao desenvolvimento das nações mais pobres. Ele destacou a contradição entre o discurso de solidariedade e as práticas econômicas que, segundo ele, continuam penalizando os países vulneráveis.
“Ainda hoje, assistimos à absurda exportação líquida de recursos dos países mais pobres para os mais ricos. Parte significativa dos orçamentos nacionais está comprometida com o serviço da dívida, restando pouco espaço fiscal para investimentos em educação, saúde e adaptação climática”, afirmou Lula, durante reunião com chanceleres da América do Sul e África, no Palácio Itamaraty, em Brasília.
Lula defendeu que os países do Sul Global precisam recuperar sua capacidade de investimento e crescimento. Ele propôs a troca de dívidas por investimentos em áreas sociais como forma de aliviar a carga financeira das nações em desenvolvimento.
O encontro fez parte dos eventos preparatórios da presidência brasileira do G20, que culminará na cúpula de chefes de Estado e governo em novembro, no Rio de Janeiro. Entre os principais temas defendidos pelo Brasil no grupo estão a reforma da governança global e a criação de um ambiente econômico mais justo e inclusivo.
“A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza é uma das iniciativas que apresentamos no G20 para impulsionar os investimentos em políticas públicas”, destacou o presidente.
Lula também alertou que os fundos internacionais para o clima não estão chegando aos países que mais precisam. Segundo ele, é necessário que os recursos efetivamente apoiem ações locais, como as realizadas por prefeituras em regiões vulneráveis.
“Sem essa descentralização, o discurso climático se torna vazio”, concluiu Lula.
