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Centrão Confiante na Derrubada do IOF, Apesar de Governo Minimizar Derrota

Derrota na Câmara

Na segunda-feira, 16 de junho de 2025, a Câmara dos Deputados aprovou, por 346 votos a 97, a urgência do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 314/2025, que visa revogar o decreto do governo Lula que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida, articulada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, representa uma derrota significativa para o Planalto, que busca reforçar a arrecadação em 2025, estimada entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões.

Para Entender de Forma Simples

O IOF é um imposto cobrado em operações como empréstimos, câmbio e investimentos. O governo Lula aumentou a alíquota para equilibrar o orçamento, mas deputados, especialmente do Centrão, querem derrubar a medida, alegando que ela onera empresas e cidadãos. A aprovação da urgência significa que o PDL pode ser votado a qualquer momento, como uma forma de pressionar o governo a recuar.

Estratégia do Centrão

O Centrão, formado por partidos como União Brasil, PP, PSD e Republicanos, vê a votação como um “recado” ao governo, com apoio até de aliados que controlam 12 ministérios. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautou a urgência após insatisfação com a Medida Provisória (MP) de 11 de junho, que taxou investimentos como Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA). Deputados planejam anexar outros PDLs para barrar integralmente o aumento. Motta sinalizou que o mérito pode ser votado na primeira semana de julho, mas o recesso de São João, a partir de 24 de junho, dá ao governo duas semanas para negociar.

Reação do Governo

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), liberou a bancada para a votação da urgência, parte de um acordo com Motta para adiar o mérito. A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) minimizou a derrota, afirmando que não abala o diálogo com o Congresso, mas alertou que a derrubada do IOF pode levar a cortes nas emendas parlamentares, recursos destinados a deputados para suas bases eleitorais. O governo aposta na liberação de emendas para reverter a pressão, enquanto Haddad, em férias até 22 de junho, retorna para articular alternativas.

Impactos Econômicos

Sem o aumento do IOF, o governo enfrentará dificuldades para financiar a máquina pública, podendo contingenciar o Orçamento. Uma alternativa cogitada é usar dividendos de estatais como Petrobras (R$ 10,3 bilhões), Banco do Brasil (R$ 2,5 bilhões) e BNDES (R$ 16,1 bilhões). Setores econômicos, como o varejo, criticam o IOF, alegando que eleva custos e pressiona a inflação, enquanto o governo defende que a medida atinge os “mais ricos”.

Tensão Política

A votação expôs a força do Centrão, com posts no X destacando que o placar de 346 votos reforça o poder de Motta e deixa o governo “refém”. A oposição, liderada pelo PL, com 76 deputados a favor da urgência, nega ter dado prazo ao Planalto e pressiona por uma votação rápida. O clima tenso reflete descontentamento com a política fiscal de Haddad, apelidado de “Taxadd” por adversários. O governo agora corre contra o tempo para evitar uma derrota maior, em um Congresso onde a direita tem maioria.

Fontes: Com informações de Poder360, GloboNews, CNN Brasil, Jornal de Brasília e Gazeta do Povo.

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