Venezuela Anseia por Entrada no BRICS Como Membro Pleno ou Associado
Aspirando ao BRICS
Contexto da Candidatura
A Venezuela intensificou esforços para entrar no BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e novos membros como Irã e Egito. O presidente Nicolás Maduro, que formalizou o pedido em maio de 2024, participou da cúpula de Kazan, em outubro de 2024, buscando apoio, especialmente da Rússia e da China. Ele vê o bloco como “epicentro de um mundo multipolar”.
O Veto Brasileiro
O Brasil, liderado pelo presidente Lula, vetou a entrada da Venezuela como parceira na cúpula de Kazan, alegando falta de condições para representar a América Latina, devido à falta de transparência nas eleições de julho de 2024. O Itamaraty, sob Mauro Vieira, defendeu critérios como relações amigáveis com todos os membros, o que excluiu Caracas. A decisão gerou críticas de Maduro, que acusou a diplomacia brasileira de “conspirar” contra seu país.
Reações e Tensões
A chancelaria venezuelana chamou o veto de “gesto hostil”, comparando-o à política de exclusão do ex-presidente Jair Bolsonaro. O procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, chegou a sugerir, sem provas, que Lula forjou um acidente para evitar a cúpula. Celso Amorim, assessor de Lula, classificou a reação de Caracas como “desproporcional”, admitindo um “mal-estar” bilateral.
Outros Países Latino-Americanos
Enquanto a Venezuela foi barrada, Cuba e Bolívia foram aceitas como membros associados do BRICS, junto com outros 11 países, como Turquia e Nigéria. A lista, definida em Kazan, reflete o consenso exigido pelo bloco, mas a exclusão venezuelana destaca tensões regionais, especialmente entre Brasília e Caracas.
Por Que Isso Importa?
A tentativa de ingresso da Venezuela no BRICS reflete sua busca por aliados contra sanções ocidentais e isolamento diplomático. O veto brasileiro, motivado por questões políticas e estratégicas, expõe desafios na integração latino-americana e no equilíbrio do bloco entre multipolaridade e laços com o Ocidente. A questão pode evoluir na presidência brasileira do BRICS em 2025.
Fontes: Com informações de Brasil 247, Agência Brasil e Folha de S.Paulo.