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Trump Afirma que Irã Prefere Negociar Fim do Conflito com Israel Diretamente com os EUA

O Irã quer negociar o fim do conflito com Israel diretamente com os Estados Unidos, e não com potências europeias, afirmou o presidente americano Donald Trump em 20 de junho de 2025, segundo O Globo. A declaração foi feita após uma reunião em Genebra entre os chanceleres do Reino Unido, França, Alemanha (E3) e o chefe de política externa da UE, Kaja Kallas, com o ministro iraniano Abbas Araghchi, visando uma solução diplomática para a guerra iniciada por Israel em 12 de junho. Trump minimizou o papel europeu, dizendo que “a Europa não vai poder ajudar” e que o Irã “quer falar conosco”. Ele também indicou que decidirá sobre o envolvimento militar dos EUA em até duas semanas, mas pode optar antes, conforme reportado pela Reuters e CNN.

Contexto do Conflito e Esforços Diplomáticos

O conflito entre Israel e Irã, que entrou em sua segunda semana em 20 de junho de 2025, foi desencadeado por ataques aéreos israelenses contra instalações nucleares iranianas, como Natanz e Isfahan, matando cientistas e comandantes militares, incluindo Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas. Israel justifica a ofensiva como uma ação preventiva contra um suposto programa nuclear militar iraniano, que Teerã nega, afirmando que seu enriquecimento de urânio a 60% é para fins pacíficos. O Irã retaliou com mísseis e drones contra Tel Aviv e outras cidades, causando vítimas civis, como um ataque a um hospital em Beersheba que feriu 70 pessoas.

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A escalada interrompeu negociações nucleares entre Irã e EUA, planejadas para 15 de junho em Omã, mediadas pelo enviado americano Steve Witkoff. O Irã cancelou as conversas, alegando que os bombardeios israelenses “sabotaram” a diplomacia. O chanceler iraniano Araghchi condenou os ataques como uma “traição” aos esforços com os EUA, enquanto o vice-ministro Saeed Khatibzadeh alertou que a entrada americana no conflito seria “um inferno para a região”. Apesar disso, Araghchi sinalizou abertura à diplomacia, mas exigiu o fim dos ataques israelenses.

Esforços Europeus e Divisões

Os europeus, marginalizados nas negociações EUA-Irã, tentaram retomar o diálogo em Genebra, propondo um “acordo negociado rigoroso” que aborde o programa nuclear iraniano, mísseis balísticos e apoio a grupos armados. O presidente francês Emmanuel Macron alertou contra uma “mudança de regime” e defendeu a volta ao acordo nuclear de 2015 (JCPOA), abandonado por Trump em 2018. O E3 e a UE temem que, sem um acordo, o Irã avance para uma arma nuclear, especialmente após a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) censurar Teerã por falta de cooperação. Os europeus planejam levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU até agosto, com possível reimposição de sanções via “snapback” antes de 18 de outubro, quando o JCPOA expira. O Irã alertou que isso terá “consequências graves”.

Posicionamento de Trump e Pressões

Trump mantém uma postura ambígua, oscilando entre diplomacia e ameaças. Ele exigiu a “rendição incondicional” do Irã, ameaçou matar o aiatolá Ali Khamenei e sugeriu atacar a instalação nuclear de Fordow com bombas antibunker americanas, conforme a CBS. No entanto, rejeitou um plano israelense para assassinar Khamenei e pediu a Netanyahu que evitasse ataques durante as negociações. Trump deixou a cúpula do G7 no Canadá antes do previsto, citando a crise, e não assinou um documento conjunto pedindo desescalada. Ele também propôs, surpreendentemente, que Vladimir Putin mediasse, após conversas telefônicas com o líder russo.

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O aiatolá Khamenei rejeitou a rendição, alertando para “danos irreparáveis” se os EUA se envolverem, e a missão iraniana no X declarou: “O Irã não negocia sob coação”. Internamente, Trump enfrenta divisões: a ala belicista republicana pressiona por uma intervenção, enquanto apoiadores do “MAGA” defendem evitar guerras. O presidente usa a “teoria do louco”, criando incerteza com ameaças, como pedir que Teerã seja evacuada, para forçar concessões.

Impactos e Reações Globais

O conflito já causou 248 mortes até 17 de junho, com bombardeios mútuos intensos. Em Teerã, engarrafamentos refletem a fuga de civis, e um bloqueio de internet, o pior da história do país, foi imposto. A China e a Rússia pediram moderação, com Putin oferecendo mediação. O Brasil, por sua vez, criticou Israel, com o presidente Lula chamando os ataques em Gaza de “genocídio” e considerando romper relações militares com o país. A comunidade internacional teme uma escalada regional, com bases americanas no Iraque e Síria em risco de ataques iranianos.

Fontes: O Globo, G1, BBC News Brasil, Reuters, CNN, posts no X.

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