Bolsonaro Celebra Ataque dos EUA ao Irã com Fotos ao Lado de Trump e Netanyahu
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou, em 22 de junho de 2025, fotos ao lado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em suas redes sociais, celebrando o ataque americano às instalações nucleares iranianas. Segundo a CNN Brasil, as imagens, tiradas durante eventos passados, foram postadas após a operação “Midnight Hammer”, que atingiu Fordow, Natanz e Isfahan na noite de sábado (21). Bolsonaro destacou a “coragem” dos líderes e a “vitória contra o terrorismo”, reforçando sua aliança com figuras da direita global.
Contexto da Postagem
Bolsonaro compartilhou as fotos no Instagram, com a legenda: “Parabéns, Trump e Netanyahu, pela coragem de enfrentar o terrorismo. O ataque ao programa nuclear do Irã é uma vitória para a liberdade.” As imagens mostram encontros de 2019: uma de Bolsonaro com Trump na Casa Branca e outra com Netanyahu no Muro das Lamentações, em Jerusalém. A postagem veio após Trump anunciar, via Truth Social, o sucesso do ataque, que usou bombardeiros B-2 Spirit e bombas antibunker MOP GBU-57, visando “obliterar” o programa nuclear iraniano.
Reação Internacional
O ataque americano, descrito por Trump como um “sucesso militar espetacular”, gerou reações globais. Netanyahu elogiou a ação, afirmando que “mudará a história” e destacou a coordenação com os EUA. O Irã, por sua vez, condenou a ofensiva como uma “violação da Carta da ONU”, com o chanceler Abbas Araghchi prometendo “consequências eternas” e convocando uma reunião de emergência na ONU. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que não houve aumento nos níveis de radiação, mas especialistas questionam a extensão real dos danos, já que Fordow é uma instalação subterrânea projetada para resistir a ataques.
Contexto Político de Bolsonaro
A postagem de Bolsonaro reflete sua estratégia de manter relevância política, apesar de estar inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-presidente busca associar sua imagem à de Trump, que evitou consequências legais nos EUA, enquanto Bolsonaro enfrenta investigações por tentativa de subverter as eleições de 2022. A imprensa internacional, como o New York Times, destacou o “contraste marcante” entre os dois, com Trump no poder e Bolsonaro em seu “ponto político mais fraco”. O ex-chanceler Aloysio Nunes afirmou que Bolsonaro “não tem importância” para a política americana, sendo uma “carta fora do baralho”.
Implicações Domésticas nos EUA
O ataque reacendeu debates nos EUA sobre os limites do poder presidencial. A Constituição americana reserva ao Congresso o direito de declarar guerra, mas Trump justificou a ação com autorizações de 2001 e 2002 contra o terrorismo. Parlamentares democratas, como Alexandria Ocasio-Cortez, chamaram a operação de “inconstitucional”, enquanto republicanos como Lindsey Graham a apoiaram. A War Powers Resolution de 1973 exige notificação ao Congresso em 48 horas, mas sua aplicação é contestada, gerando críticas sobre transparência democrática.
Riscos Regionais
Analistas, como Fernando Brancoli, da UFRJ, veem o ataque como uma “escalada clara”, com os EUA passando de apoio indireto a Israel para ação direta. O Irã pode retaliar com ciberataques ou via grupos proxies, como os Houthis e o Hezbollah, contra bases americanas no Oriente Médio. Um bloqueio do Estreito de Ormuz, por onde passa 20% do petróleo mundial, é uma ameaça real, podendo impactar a economia global. O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou para o risco de “consequências catastróficas”.
Impacto e Perspectivas
A postagem de Bolsonaro busca capitalizar a visibilidade do conflito para fortalecer sua base conservadora no Brasil, mas analistas veem pouco impacto prático, já que ele não tem influência direta na política externa americana. O ataque ao Irã eleva as tensões globais, com riscos de retaliação e instabilidade econômica. A comunidade internacional, incluindo o Brasil, que criticou a ofensiva, pede diplomacia para evitar uma escalada maior.
Fontes: CNN Brasil, G1, BBC News Brasil, Reuters, The New York Times, posts no X.