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Noiva Detida por ICE Após Lua de Mel nos EUA Enfrenta Risco de Deportação

A lua de mel de Ward Sakeik, uma palestina apátrida de 22 anos, terminou com sua detenção por quatro meses em centros de imigração dos EUA, após uma viagem às Ilhas Virgens Americanas em fevereiro de 2025. Casada com o cidadão americano Taahir Shaikh, ela vive nos EUA desde os 8 anos, mas enfrenta a possibilidade de deportação devido a uma ordem de remoção de 2011, conforme noticiado pela ABC News em 21 de junho de 2025. O caso expõe as complexidades das políticas migratórias americanas sob a administração Trump.

Planejamento da Viagem

O casal planejou cuidadosamente a lua de mel, consultando um centro de processamento do ICE durante o governo Biden, que confirmou que Sakeik poderia viajar para as Ilhas Virgens Americanas, um território dos EUA, usando apenas sua carteira de motorista americana. No aeroporto de Dallas-Fort Worth, em fevereiro, agentes da TSA e da companhia aérea também garantiram que a viagem era segura. Sakeik, que vive sob uma “ordem de supervisão” desde a negativa de seu pedido de asilo em 2011, cumpria check-ins anuais com autoridades migratórias e tinha autorização de trabalho.

Detenção no Retorno

Em 11 de fevereiro, ao retornar pelo aeroporto de St. Thomas, Sakeik foi detida pela Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) e transferida para o ICE. Segundo Shaikh, ela foi algemada durante o voo para Miami, onde esperavam sua liberação. Sem explicações claras, Sakeik foi mantida em Miami por três semanas antes de ser enviada ao centro de detenção de McAllen, no Texas, e, posteriormente, ao Prairieland Detention Center, em Alvarado. Shaikh, que a visitou 18 vezes, disse que a separação após o casamento foi devastadora.

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Tentativa de Deportação

Em 12 de junho, Sakeik foi informada que seria deportada e levada ao aeroporto de Fort Worth Alliance. Um oficial do ICE disse que ela seria enviada à fronteira de Israel, mas a deportação foi cancelada após duas horas devido aos bombardeios de Israel contra o Irã na noite anterior, que suspenderam voos para a região. Nem Sakeik nem seu advogado receberam documentos especificando o destino da deportação, o que levanta questões sobre o cumprimento de ordens judiciais que proíbem remoções para terceiros países sem devido processo, conforme decisão recente de um juiz federal em Boston.

Status de Apátrida

Nascida na Arábia Saudita de pais palestinos refugiados, Sakeik é considerada apátrida, sem cidadania em nenhum país. Sua família chegou aos EUA com visto de turista quando ela tinha 8 anos e pediu asilo, negado em 2011. Como nenhum país aceitou deportá-los, ela recebeu uma ordem de supervisão, permitindo sua permanência legal. Formada pela UT Arlington e fotógrafa de casamentos, Sakeik tinha uma aplicação de green card em andamento, submetida dois dias após sua detenção, que segue parada.

Críticas e Reações

O caso gerou indignação. Mustafaa Carroll, do Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR) em Dallas, chamou a detenção de “desumana e vergonhosa”. A deputada Jasmine Crockett (Democrata) afirmou que sua equipe busca uma “resolução justa e humana”. O ICE justificou a detenção, alegando que Sakeik “saiu e tentou reentrar” nos EUA ilegalmente, apesar de sua ordem de remoção de 2011. A administração Trump intensificou deportações, mas o caso de Sakeik, que não tem antecedentes criminais, expõe falhas no sistema para apátridas.

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Perspectivas Futuras

Sakeik permanece em um “buraco negro processual”, segundo seu advogado, sem direito a fiança e com deportação incerta devido à sua condição apátrida. Sua equipe jurídica luta para garantir sua liberação, argumentando sua longa residência nos EUA e conformidade com as regras migratórias. O caso reflete os desafios de imigrantes apátridas e a rigidez das políticas migratórias, enquanto Shaikh mantém a esperança de reunificar sua família.

Fontes: ABC News, NBC DFW, Dallas Morning News, Newsweek, posts no X.

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