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Rio de Janeiro tem abrigos para proteger parte da população de ataques aéreos

Embora o Brasil nunca tenha enfrentado ataques aéreos em seu território, como ocorreu em outras partes do mundo, o Rio de Janeiro conta com abrigos antiaéreos construídos em épocas passadas, que hoje têm usos bem diferentes dos originalmente planejados. Muitos desses espaços foram transformados em garagens, depósitos, salões de festas ou refeitórios ao longo dos anos.

Origem dos abrigos antiaéreos no Brasil

A obrigatoriedade na construção desses abrigos remonta ao Decreto 4.098 de 1942, assinado por Getúlio Vargas pouco depois da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial. A norma determinava que edifícios com cinco ou mais pavimentos, ou com área coberta superior a 1.200 metros quadrados, incluíssem abrigos em suas estruturas. Isso se aplicava a prédios residenciais, hotéis, hospitais, estabelecimentos comerciais, industriais, educacionais e casas de diversão.

Abrigos do Rio de Janeiro e seu destino

Algumas edificações no Rio de Janeiro e em outras cidades brasileiras seguiram a regra e construíram abrigos. No entanto, a falta de uso durante a guerra e ao longo das décadas fez com que esses espaços fossem destinados a outras funções. Um dos exemplos mais conhecidos é a atual garagem da Praça dos Expedicionários, no Castelo, que originalmente foi projetada como abrigo público antiaéreo.

Recorte de um jornal da época

Entre os abrigos privados, destacam-se o do Copacabana Palace, o do edifício na Almirante Gonçalves 56 e o da Barata Ribeiro 659, todos em Copacabana, além do localizado na Rua Paissandu 200, no Flamengo. O subsolo da Galeria Menescal, também em Copacabana, abrigava o maior abrigo licenciado pelo Serviço de Defesa Civil na época. Já em Niterói, o edifício Moema conta com um abrigo que atualmente funciona como bicicletário.

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Estações de metrô e potencial de proteção

As estações de metrô do Rio de Janeiro poderiam oferecer algum tipo de proteção em caso de ataques, mas essa informação não é facilmente confirmada. A Estação Gávea, ainda inacabada, está localizada a 55 metros de profundidade e seria a mais profunda da cidade. Já a Estação Carioca tem uma plataforma abandonada a 40 metros abaixo da superfície, construída para uma linha de metrô que nunca chegou a ser concluída. O abandono dessas estruturas evidencia problemas na gestão pública ao longo do tempo.

Adaptado do Diário do Rio.

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