Dívida Pública Federal atinge R$ 7,67 trilhões após alta em maio
Os números da dívida divulgados pelo Tesouro
A Dívida Pública Federal (DPF) registrou um novo aumento no mês de maio, subindo 0,71% e alcançando o montante de R$ 7,67 trilhões. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (30) pelo Tesouro Nacional. O valor representa um acréscimo de R$ 53,8 bilhões em relação ao mês de abril, quando a dívida estava em R$ 7,616 trilhões.
A DPF é o instrumento utilizado pelo governo federal para financiar seu déficit orçamentário, ou seja, para cobrir as despesas que excedem a arrecadação de impostos. O acompanhamento de sua evolução é um dos principais termômetros da saúde fiscal do país e influencia diretamente as taxas de juros e a confiança dos investidores na economia brasileira.
O que impulsionou o aumento em maio?
O crescimento da dívida no período foi resultado de dois fatores principais. O primeiro foi a emissão líquida de títulos públicos, que acontece quando o governo emite mais títulos do que resgata. Em maio, as emissões somaram R$ 101,6 bilhões, enquanto os resgates totalizaram R$ 68,9 bilhões, resultando em uma emissão líquida de R$ 32,7 bilhões.
O segundo fator foi a apropriação dos juros da dívida, que são as despesas do governo para remunerar os investidores que compram seus títulos. Em maio, os juros nominais somaram R$ 21,1 bilhões, que foram incorporados ao estoque total da dívida.
A composição da dívida e o “colchão” de liquidez
A maior parte da Dívida Pública Federal está em posse de investidores no mercado interno. A chamada Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 0,78%, chegando a R$ 7,37 trilhões. A Dívida Pública Federal externa (DPFe), por sua vez, teve uma queda de 0,81%, totalizando R$ 299,6 bilhões.
O Tesouro Nacional também informou sobre a situação do “colchão de liquidez”, uma reserva de caixa utilizada para garantir a flexibilidade na gestão da dívida. A reserva apresentou uma queda em maio, passando de R$ 946,1 bilhões para R$ 887,6 bilhões. Apesar da redução, o valor é suficiente para cobrir mais de 7 meses de vencimentos da dívida, um patamar considerado confortável pela equipe econômica.
O cenário fiscal e as perspectivas futuras
O aumento da dívida pública ocorre em um momento de atenção do mercado financeiro com o cenário fiscal brasileiro. A trajetória da dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) é um indicador crucial para a avaliação de risco do país. Manter a dívida em uma trajetória sustentável é o principal desafio da equipe econômica do governo.
Para os próximos meses, o Tesouro continuará sua estratégia de emissão de títulos, buscando alongar os prazos de vencimento da dívida e diversificar os tipos de investidores. O comportamento da inflação e da taxa básica de juros, a Selic, serão determinantes para o custo e a evolução da dívida pública no restante do ano.