PBPolicial

PF avança em operação contra lavagem de dinheiro do contrabando de cigarros no Sertão da Paraíba

Nova fase investiga ocultação de imóveis e uso de empresas fictícias em Cajazeiras

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (10) a segunda fase da Operação Dirty Property, que apura crimes de lavagem de dinheiro ligados ao contrabando de cigarros no município de Cajazeiras, Sertão da Paraíba. A ação tem como foco desarticular uma organização criminosa que teria criado um esquema sofisticado para ocultar a origem ilícita dos recursos, especialmente por meio do setor imobiliário.

Segundo as investigações, os envolvidos utilizaram uma imobiliária de fachada e empresas laranjas para disfarçar a verdadeira propriedade de dezenas de imóveis urbanos e rurais localizados na região. A Justiça Federal determinou o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão, além do sequestro de 20 bens imóveis, veículos e valores depositados em contas bancárias ligadas aos investigados.

Além disso, três empresas apontadas como instrumentos para a lavagem de dinheiro tiveram suas atividades suspensas. Os alvos desta fase da operação incluem pessoas físicas e jurídicas supostamente ligadas a um esquema de movimentação financeira ilegal que utilizava o comércio de cigarros contrabandeados como origem do capital.

A primeira fase da operação foi realizada em setembro de 2024, quando a PF cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em Cajazeiras e determinou o sequestro de 27 imóveis, além de carros e recursos financeiros. Na ocasião, também foi suspensa a atividade econômica de uma empresa acusada de facilitar a lavagem dos valores provenientes do contrabando.

O nome da operação, “Dirty Property” (Propriedade Suja), faz referência direta à prática de ocultação patrimonial para disfarçar a origem ilícita dos bens. De acordo com a Polícia Federal, o objetivo agora é aprofundar o rastreamento das movimentações financeiras e responsabilizar os integrantes da organização por crimes como lavagem de dinheiro, organização criminosa e sonegação fiscal.

Este tipo de operação reforça o papel da PF no enfrentamento aos crimes financeiros no interior nordestino, onde estratégias complexas de dissimulação patrimonial vêm sendo utilizadas com maior frequência. A expectativa é que, com o avanço das investigações, novas ramificações do esquema sejam desveladas e levadas à Justiça.

Da redação com informações de G1 PB    [PTG-OAI-20250710-1508-4OT]

Compartilhar: