Após tarifa de Trump, Cacique Cobra Coral suspende “assistência climática” aos EUA
Entidade esotérica diz aplicar princípio da reciprocidade e rompe colaboração espiritual com regiões americanas afetadas por desastres naturais
A Fundação Cacique Cobra Coral (FCCC) anunciou, na noite desta quarta-feira (10), a suspensão parcial de sua chamada “assistência climática” aos Estados Unidos, em resposta direta à tarifa de 50% imposta pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre produtos brasileiros. A medida, segundo a entidade, segue o princípio da reciprocidade e representa um protesto espiritual diante do que classificou como “decisão absurda contra o nosso Brasil”.
Em nota publicada nas redes sociais, a médium Adelaide Scritori, presidente da fundação, comunicou à Casa Branca a suspensão imediata de 50% da assistência gratuita a empresas e regiões americanas que tradicionalmente solicitavam intervenção esotérica. Entre os locais mencionados estão Califórnia, Chicago, Nova York, o Meio-Oeste e a Flórida, áreas frequentemente afetadas por secas, tempestades e outros eventos climáticos extremos.
“Receba, senhor presidente Donald Trump, nossa manifestação de paz espiritual”, finalizou a nota da fundação, que afirma trabalhar há décadas na manipulação de fenômenos naturais para evitar catástrofes e equilibrar o clima em locais específicos.
O que é a Fundação Cacique Cobra Coral?
Criada em 1931 por Ângelo Scritori, a Fundação Cacique Cobra Coral é uma organização esotérica brasileira que se apresenta como intermediária entre forças espirituais e fenômenos naturais. Segundo seus representantes, sua missão é minimizar desastres provocados pelos desequilíbrios ambientais gerados pela ação humana. Para isso, a entidade afirma atuar por meio de uma médium — atualmente Adelaide Scritori — que serviria de canal para a entidade espiritual conhecida como Cacique Cobra Coral.
Ao longo dos anos, a FCCC afirma ter colaborado com governos e prefeituras em situações críticas envolvendo chuvas intensas, estiagens e até furacões. Embora suas alegações não sejam reconhecidas pela ciência convencional, a fundação já firmou contratos informais com administrações públicas brasileiras e chegou a ser consultada por empresas privadas em momentos de crise climática.
Rompimento não é inédito
Esta não é a primeira vez que a Fundação Cacique Cobra Coral entra em rota de colisão com os Estados Unidos sob a liderança de Trump. Em 2017, a entidade anunciou a suspensão total de sua atuação em território americano após a retirada do país do Acordo de Paris, documento internacional firmado para conter o aquecimento global.
Na época, a FCCC classificou o gesto como um retrocesso ambiental com impactos espirituais e globais. Desde então, manteve relações intermitentes com governos e empresas norte-americanas que continuavam a solicitar intervenções da fundação para mitigar os efeitos de furacões, nevascas e incêndios florestais.
Política e misticismo na mesma nuvem
Embora frequentemente alvo de ironias e ceticismo, a Fundação Cacique Cobra Coral mantém um histórico peculiar de atuação junto a órgãos públicos no Brasil e no exterior, tendo prestado serviços esotéricos ao governo do Rio de Janeiro e a prefeituras paulistas para supostamente controlar chuvas em datas específicas.
Agora, em meio à escalada de tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos, a entidade volta a se manifestar politicamente, transformando sua intervenção espiritual em instrumento de retaliação simbólica.
Com informações do Diário do Rio [LPT-CVP-20250710-2149-PBJ]