Internacional

Escândalo dos Arquivos Epstein: Reviravolta na Administração Trump Gera Crise com Base de Apoio

Uma recente controvérsia envolvendo os arquivos do *FBI* sobre Jeffrey Epstein, financiador desonrado que morreu em 2019 enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual, abalou a administração de Donald Trump. Após promessas de transparência, a decisão de não divulgar os arquivos, incluindo um suposto “client list” que muitos afirmam não existir, gerou acusações de encobrimento e uma crise significativa com a base de apoio de Trump, conhecida como MAGA. A situação, que ganhou destaque após declarações de Elon Musk e outros aliados, expõe tensões internas e pode impactar as eleições de meio de mandato em 2026.

Origem da Controvérsia

Em junho, Elon Musk afirmou que Trump aparecia nos arquivos do FBI sobre Epstein, criando uma rachadura pública no apoio ao presidente. A administração, que inicialmente prometeu revelar detalhes inéditos da investigação, recuou, com a procuradora-geral Pam Bondi sugerindo em fevereiro que tinha uma lista de clientes de Epstein, mas posteriormente negando sua existência. Essa reviravolta, conforme reportado pelo *The New York Times* [], inflamou a base de Trump, que há anos alimentou teorias conspiratórias sobre Epstein, incluindo alegações de uma rede de elite envolvida em crimes sexuais. A decisão de manter os arquivos em sigilo, anunciada em um memorando do Departamento de Justiça (DOJ), foi vista como uma traição por muitos apoiadores, que esperavam revelações explosivas.

Reações da Base MAGA e Conflitos Internos

Trump tentou conter a revolta com postagens no Truth Social, pedindo que seus seguidores “não desperdicem tempo e energia” com Epstein, a quem chamou de “alguém que ninguém liga” []. No entanto, a resposta foi ignorada por muitos aliados. Influenciadores como Laura Loomer exigiram a demissão de Bondi, enquanto Tucker Carlson acusou a administração de encobrir crimes []. A controvérsia também gerou conflitos internos, com o vice-diretor do FBI, Dan Bongino, considerando renunciar após uma discussão acalorada com Bondi sobre o manejo dos arquivos [,]. O diretor do FBI, Kash Patel, que antes defendia a liberação dos documentos, agora nega a existência de conspirações, criando tensões com a base [].

Teorias Conspiratórias e Impacto Político

A obsessão pelos arquivos Epstein, alimentada por anos de teorias como QAnon e Pizzagate, tornou o caso um símbolo de desconfiança no governo. Trump, que já foi próximo de Epstein, mas não foi acusado de crimes relacionados, tentou desviar o foco, alegando que os arquivos foram fabricados por adversários como Barack Obama, James Comey e a administração Biden [,]. Essa narrativa, porém, não acalmou seus apoiadores, com 83% dos eleitores de Trump em 2024 exigindo a divulgação dos arquivos, segundo uma pesquisa Economist/YouGov []. A revolta, que dominou eventos conservadores como o Turning Point USA Summit, pode enfraquecer a administração Trump, com democratas, como o líder da minoria Hakeem Jeffries, explorando a crise para pressionar por transparência [,].

Contexto do Caso Epstein

Jeffrey Epstein, que pagava adolescentes para realizar atos sexuais e usava Ghislaine Maxwell para recrutar vítimas, morreu por suicídio em 2019, durante o primeiro mandato de Trump, conforme confirmado pelo Instituto Médico de Nova York []. Apesar disso, teorias de assassinato e chantagem persistem, alimentadas pela promessa inicial da administração de revelar uma lista de clientes. Bondi intensificou as expectativas ao sugerir a existência de “dezenas de milhares de vídeos” envolvendo Epstein, mas o DOJ agora afirma que não há evidências de tal lista ou de chantagem [,]. A contradição entre as promessas iniciais e o memorando de julho, que encerrou o caso, gerou acusações de encobrimento, especialmente após relatos de que o FBI foi impedido de divulgar mais informações [,].

Implicações e Perspectivas

A crise dos arquivos Epstein expõe uma rara fratura na base de Trump, que historicamente seguia suas diretrizes. A revolta, amplificada por figuras como Steve Bannon e Marjorie Taylor Greene, que exigem transparência [,], pode impactar as eleições de 2026, com analistas prevendo que a desilusão dos apoiadores pode beneficiar democratas [,]. Enquanto Trump defende Bondi e Bongino, chamando este último de “um cara ótimo” [,], a falta de uma estratégia clara para lidar com a controvérsia mantém o caso em destaque. A situação sublinha os desafios de gerenciar expectativas criadas por anos de narrativas conspiratórias, enquanto a administração tenta focar em outras prioridades, como imigração e investigações eleitorais [].


Da redação com informações de The New York Times, ABC News, POLITICO e outros [XGR-XAI-15072025-2200-G3M]

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