Internacional

Trump ordena liberação de documentos do caso Epstein e ameaça processar jornal

Presidente exige que Justiça dos EUA produza transcrições do Grande Júri e nega carta enviada a Epstein

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou ao Departamento de Justiça a liberação de documentos relacionados ao caso do financista e agressor sexual Jeffrey Epstein. A decisão ocorre após pressão intensa de aliados conservadores exigindo mais transparência nos autos que envolvem nomes de alto escalão.

Em comunicado, Trump afirmou ter instruído a procuradora-geral Pam Bondi a “produzir todos os testemunhos pertinentes do Grande Júri, sujeitos à aprovação judicial”. Ainda não está claro se ele autoriza a liberação pública dos documentos, já que isso depende de autorização judicial formal.

A medida reacende o interesse sobre os bastidores do caso Epstein, cuja morte em 2019 — sob custódia, enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual — permanece envolta em teorias da conspiração.

Trump também ameaçou processar o jornal Wall Street Journal por publicar uma suposta carta enviada por ele a Epstein em 2003. A mensagem, descrita como “obscena” e “falsificada”, teria sido parte de uma coletânea de felicitações de aniversário organizada por Ghislaine Maxwell, cúmplice de Epstein condenada a 20 anos de prisão em 2021.

Segundo o jornal, a carta — supostamente enviada no 50º aniversário de Epstein — tinha linhas de texto digitadas dentro da silhueta desenhada de uma mulher nua e encerrava com a frase: “Um amigo é algo maravilhoso. Feliz Aniversário — e que cada dia seja outro segredo maravilhoso”.

Trump rejeitou categoricamente a autoria: “Essas não são minhas palavras, não é como eu falo. Também não desenho figuras”, declarou nas redes sociais. Ele acusou o WSJ e o proprietário Rupert Murdoch de difamação deliberada e avisou que entrará com ação judicial.

Pam Bondi, por sua vez, publicou logo após a ordem de Trump que irá solicitar à Justiça a liberação das transcrições do Grande Júri já nesta semana. Esses documentos podem incluir tanto o caso inicial, de 2006 na Flórida, como as acusações federais de 2019.

Alguns trechos do caso original — em que Epstein foi acusado de solicitar prostituição de menores — já haviam sido divulgados, mas foram amplamente criticados pela leveza das acusações frente à gravidade dos depoimentos de vítimas.

Durante sua campanha eleitoral mais recente, Trump havia prometido divulgar todos os arquivos ligados a Epstein. No entanto, na semana passada, Bondi afirmou que o Departamento de Justiça “não acredita na existência de uma lista de clientes” associada ao financista — contrariando expectativas de revelações comprometedoras envolvendo políticos e empresários.

A reversão no discurso de Bondi gerou forte reação entre apoiadores do presidente. Muitos pediram sua renúncia, acusando-a de “trair a base” ao não apresentar os nomes e registros de voos mencionados por ela mesma em falas anteriores.

O comentarista conservador Charlie Kirk, um dos mais críticos recentes da condução do caso, elogiou a ação de Trump: “Isso é enorme. É o que a base vem pedindo há muito tempo. Um poder dado ao povo de verdade.”

Epstein morreu em 2019 em uma cela em Nova York, num aparente suicídio, enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual. À época, ele já era registrado como agressor sexual após uma condenação anterior por crimes contra menores.

Redação do Movimento PB [PTG-OAI-17072025-1043-4OT]

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