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59% da sociedade apoiam operação da PF contra Bolsonaro nas redes sociais

Pesquisa da Quaest mostra forte mobilização digital em torno da ação autorizada por Alexandre de Moraes

Pesquisa da Quaest divulgada em 19 de julho de 2025 revela que 59% das menções nas redes sociais foram favoráveis à operação da Polícia Federal contra Jair Bolsonaro, enquanto 41% criticaram a iniciativa, considerando-a abuso de poder ou censura a opositores 0.

O estudo analisou 1,3 milhão de menções ocorridas entre 00h e 17h de sexta-feira (18/07/2025), período em que Bolsonaro foi alvo de busca e apreensão, recebeu tornozeleira eletrônica e teve bloqueio de uso de redes sociais e comunicação com embaixadores — medidas autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes 1.

Narrativas dominantes e polarização

Entre os que criticam a ação, 10% associam o episódio a “censura” e “ditadura”, argumentando que, na ausência de condenação formal, trata-se de abuso de poder por parte do Judiciário 2.

De acordo com a metodologia combinada de social listening (redes como X, Facebook e YouTube) e monitoramento de mensagens em WhatsApp, Telegram e Discord, a polarização ficou evidente: 59% apoiam a operação, enquanto 41% defendem Bolsonaro 3.

Alcance e engajamento

A ação gerou pico de 150 mil menções por volta das 10 h, com média de 72 mil comentários e alcance de cerca de 113 milhões de visualizações por hora nos canais monitorados 4. Também houve aumento expressivo na busca por termos relacionados como “Bolsonaro”, “tornozeleira” e “Alexandre de Moraes”.

Contexto jurídico-político

As medidas cautelares foram autorizadas por Moraes no âmbito da Ação Penal 2.668, que investiga Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de estado em 2022. A Pro​curadoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação do ex-presidente na última segunda-feira (14/07/2025) 5.

Além do uso de tornozeleira, Bolsonaro está proibido de usar redes sociais, falar com outros réus e manter contato com embaixadores estrangeiros 6.

Repercussão entre apoiadores

Aliados de Bolsonaro — incluindo seus filhos Flávio e Eduardo Bolsonaro — classificaram a operação como “cortina de fumaça” ou “suprema humilhação”, sugerindo reação política por parte do STF 7. Eduardo declarou que Moraes “dobrou a aposta” após Bolsonaro divulgar vídeo em apoio a Donald Trump 8.

O que significa para a opinião pública

A predominância de menções favoráveis sugere que boa parte da sociedade enxerga a operação da PF como válida diante do contexto jurídico-político — ainda que uma parcela considere a iniciativa excessiva e autoritária.

Por outro lado, a forte mobilização da base bolsonarista demonstra o papel central das redes sociais como terreno de disputa política, com narrativas construídas tanto pela defesa da legalidade quanto pela crítica à suposta judicialização da política.

O panorama aponta para um ambiente digital com alta carga de rejeição institucional, mas também marcado por coesão entre apoiadores e opositores — cenário típico do Brasil político contemporâneo.

[CPT-OAI-190725-1307-4oM]

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