Economia

Efeito Trump: México Supera EUA e se Torna Segundo Maior Comprador de Carne Brasileira

Os Números de uma Reviravolta Comercial

As sobretaxas impostas pelo governo de Donald Trump já provocam uma reconfiguração acelerada no mapa do agronegócio brasileiro. Dados recentes da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelam uma mudança drástica e veloz no destino da carne bovina: o México ultrapassou os Estados Unidos e assumiu o posto de segundo principal mercado para o produto nacional, ficando atrás apenas da China, que se mantém como líder isolada.

A estatística por trás dessa reviravolta é impressionante. As vendas para o mercado mexicano, que registravam uma média mensal de 4,4 mil toneladas no primeiro trimestre, saltaram para 16,1 mil toneladas em junho. Em contrapartida, as exportações para os EUA, que haviam atingido um recorde de 44,2 mil toneladas em abril, despencaram para 13,4 mil toneladas no mesmo período. A tendência de queda para os EUA e de alta para o México deve se acentuar ainda mais nos dados de julho.

Driblando o Protecionismo: A Estratégia por Trás dos Dados

Essa mudança não é um mero acaso de mercado, mas uma resposta direta e estratégica ao tarifaço norte-americano. Diante da barreira protecionista, os exportadores brasileiros demonstraram uma notável capacidade de adaptação, encontrando no México uma via alternativa para escoar a produção. A agilidade em redirecionar volumes tão expressivos em um curto espaço de tempo evidencia a resiliência e a sofisticação da cadeia exportadora do Brasil.

A manobra comercial pode ser vista como um drible inteligente na geopolítica. Enquanto a Casa Branca utiliza o comércio como instrumento de pressão política, o setor produtivo brasileiro responde com pragmatismo, diversificando seus parceiros e mitigando os prejuízos. A proximidade e a crescente demanda do mercado mexicano se mostraram uma solução eficaz e imediata para a crise diplomática com Washington.

O Futuro das Exportações e a Nova Geopolítica da Carne

O episódio, embora represente um desafio, pode ter um efeito colateral positivo para o Brasil a longo prazo. A necessidade de contornar a hostilidade do governo Trump força o país a fortalecer laços comerciais com outras nações, reduzindo a dependência do mercado norte-americano. Essa diversificação compulsória torna o agronegócio nacional menos vulnerável a futuras instabilidades políticas e econômicas.

O que os números mostram é um retrato em tempo real da nova geopolítica global. A carne brasileira, um dos produtos mais competitivos do mundo, não deixará de ser consumida; ela apenas encontrará novos caminhos e novos destinos. A ascensão do México como parceiro estratégico é a prova de que, no tabuleiro do comércio internacional, a agilidade e a diversificação são as melhores defesas contra o protecionismo.

Da redação com informações de UOL

Redação do Movimento PB [GME-GOO-01082025-2242-15P]

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