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Lula Eleva o Tom, Aciona OMC Contra Tarifas e Ignora Trump em Negociação Comercial

“Não vou ligar para comercializar”: O Convite Estratégico para a COP30

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou radicalmente o tom e a estratégia do Brasil diante da crise com os Estados Unidos. Em um discurso contundente nesta terça-feira (5), Lula anunciou que o país levará a disputa sobre as tarifas à Organização Mundial do Comércio (OMC) e fez uma manobra diplomática calculada: disse que ligará para Donald Trump, mas não para discutir o tarifaço.

Eu não vou ligar para o Trump para comercializar, porque ele não quer falar. Mas eu vou ligar para o Trump para convidá-lo para a COP30″, afirmou Lula durante reunião do “Conselhão”, referindo-se à Conferência do Clima da ONU que ocorrerá em Belém. A jogada coloca o presidente americano em uma posição delicada, forçando-o a se posicionar sobre o principal evento ambiental do mundo, sediado no Brasil, enquanto desvia o foco da pauta comercial imposta pela Casa Branca.

A Resposta Legal: Brasil Leva Disputa à OMC

A decisão mais forte do dia foi a de levar a briga para o campo jurídico internacional. O governo federal autorizou o Itamaraty a acionar o mecanismo de solução de controvérsias da OMC contra o tarifaço americano de 50%, que entra em vigor nesta quarta-feira (6). Esta é a resposta mais enérgica possível no âmbito do direito comercial global, um sinal de que o Brasil não pretende ceder à pressão.

“Vamos proteger trabalhadores e empresas brasileiras afetadas. Vamos recorrer a todas as medidas cabíveis, a começar pela OMC, para defender os nossos interesses”, justificou o presidente. A medida busca contestar formalmente a legalidade das tarifas, que o governo brasileiro considera uma retaliação puramente política e sem base comercial.

Plano de Contingência e Defesa da Soberania

Internamente, Lula anunciou que o governo está preparando um “plano de contingência para mitigar esse ataque injusto e aliviar os prejuízos econômicos e sociais”. O discurso no Palácio Itamaraty foi marcado por uma defesa veemente da soberania nacional, com o presidente afirmando que Trump “não tinha o direito” de taxar o país da forma que o fez. A fala foi ecoada por ministros como Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann, demonstrando uma frente unificada do governo.

A nova postura do governo brasileiro encerra o período de espera por um diálogo amigável e inaugura uma fase de confronto legal e diplomático. Ao levar o caso à OMC e usar a COP30 como ferramenta estratégica, Lula busca isolar a posição americana e construir um apoio internacional contra uma medida vista como um ataque unilateral ao sistema multilateral de comércio.

Da redação com informações de agências de notícias

Redação do Movimento PB [GME-GOO-05082025-2200-15P]

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