Brasil lança “CPF Digital” em blockchain para garantir autenticidade de documentos, sites e softwares
Inovação na infraestrutura digital brasileira
O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) se tornou um dos mais novos integrantes da Rede Blockchain Brasil (RBB), iniciativa liderada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A rede, classificada como uma DLT permissionada-pública, permite que apenas nós previamente cadastrados criem blocos, mas mantém acesso público a todos os dados.
O objetivo é construir uma infraestrutura nacional de blockchain voltada para múltiplas aplicações, promovendo transparência na gestão pública, confiança nos serviços governamentais e aceleração da transformação digital no Brasil. O Ibict implantou seus primeiros nós na rede de testes no início de 2025 e, em julho, passou a operar no ambiente de produção, validando transações e desenvolvendo aplicações de interesse público.
O “CPF” para dados digitais
Entre as inovações do instituto, destaca-se o projeto CEOIS, que combina blockchain com identificadores persistentes, criando uma solução gratuita para atribuir códigos únicos a arquivos digitais. A tecnologia, batizada de dARK (decentralized Archival Resource Key), funciona como um “CPF digital” para garantir autenticidade, rastreabilidade e permanência de conteúdos, mesmo que o endereço original seja alterado ou removido da internet.
O sistema pode ser aplicado a diversos recursos, como:
- Artigos e documentos científicos
- Bases de dados
- Softwares
- Imagens e vídeos
- Sites e páginas da web
Baseado no padrão internacional ARK, o dARK foi projetado para lidar com recursos digitais mutáveis, preservando o identificador original e garantindo que a referência permaneça válida ao longo do tempo.
Diferença para modelos pagos
Diferente de sistemas como o DOI (Digital Object Identifier), que exigem pagamento e gestão centralizada, o dARK é aberto, gratuito e comunitário. Ele é sustentado por instituições parceiras e utiliza nós institucionais da blockchain, garantindo segurança, descentralização e independência de uma única organização.
O Ibict busca facilitar o registro de conteúdos por pesquisadores, universidades, bibliotecas e repositórios, alinhado aos princípios da ciência aberta e da soberania digital. A tecnologia também pode servir de base para serviços públicos que precisem de identificação permanente de dados com baixo custo.
Investimento e cooperação internacional
O projeto é financiado com recursos próprios do Ibict e conta com o apoio da LA Referencia e do SCOSS (Global Sustainability Coalition for Open Science Services), entidade que fomenta soluções sustentáveis para o ecossistema científico global.
Segundo Edilson Filho, pesquisador de blockchain no Ibict, “com essa iniciativa, o instituto se posiciona na vanguarda da inovação, ao contribuir para uma infraestrutura estratégica capaz de ampliar a transparência e viabilizar novos produtos e serviços para a sociedade”.
Da redação com informações de Cointelegraph Brasil [PTG-OAI-06082025-1534-4OT]