Justiça do Trabalho Constrói Sala VIP de R$ 1,5 Milhão para Proteger Ministros de ‘Pessoas Inconvenientes’
Em um país que enfrenta profundas desigualdades sociais e econômicas, o Tribunal Superior do Trabalho (TST), a mais alta corte para julgar as causas dos trabalhadores brasileiros, decidiu que uma de suas prioridades é o conforto e a exclusividade de seus magistrados. A Corte está construindo uma sala VIP no Aeroporto de Brasília, exclusiva para seus 27 ministros, a um custo de mais de 1,5 milhão de reais para os cofres públicos ao longo de dois anos.
Um Oásis de Exclusividade com Dinheiro Público
O valor exato, segundo reportagem da Folha de S.Paulo, é de R$ 1,56 milhão, e cobre não apenas a obra do espaço, mas também toda a mobília, serviços de limpeza, fornecimento de alimentos e bebidas e um funcionário dedicado. O objetivo, segundo os documentos da licitação, é garantir a “segurança” e a “privacidade” dos ministros, evitando o “assédio” e encontros com “pessoas inconvenientes”, como advogados ou partes de processos que tramitam no tribunal.
A Justificativa: Segurança ou Distanciamento da Sociedade?
A justificativa oficial para o gasto levanta um debate sobre o papel do Judiciário em uma democracia. Enquanto a Corte alega a necessidade de proteger seus membros, a criação de um espaço exclusivo em um ambiente público como um aeroporto é vista como um símbolo do crescente distanciamento entre a elite do funcionalismo e a população que ela serve. A medida não é isolada; outras altas cortes, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), já possuem privilégios semelhantes, indicando uma cultura de exclusividade no topo do Judiciário brasileiro.
A Contradição de uma Corte Trabalhista
A decisão se torna particularmente contraditória por partir justamente da Corte responsável por julgar questões trabalhistas. O TST, que deveria ser o órgão do Judiciário mais sensível às realidades do trabalhador comum, opta por gastar uma fortuna para criar uma bolha de proteção para seus membros. A pergunta que fica é: que mensagem essa atitude envia ao cidadão que busca na Justiça do Trabalho a garantia de seus direitos básicos?
O investimento na sala VIP é mais do que um gasto administrativo; é um símbolo poderoso do abismo que separa os magistrados da realidade dos brasileiros. Em uma sociedade democrática, a Justiça não deveria precisar se esconder em salas exclusivas para evitar o “inconveniente” contato com o povo. Pelo contrário, deveria ser forte o suficiente para caminhar entre ele.
Da redação com informações de Folha de S.Paulo e O Antagonista
Redação do Movimento PB [GME-GOO-08082025-1639-15P]