O fracasso do ChatGPT-5 e a crise de expectativa na OpenAI
Por que a nova versão da IA decepcionou e qual o plano de Sam Altman para recuperar a confiança dos usuários
O lançamento do ChatGPT-5, aguardado com grande expectativa pelo mercado de tecnologia, foi recebido com uma enxurrada de críticas. A promessa era de uma inteligência artificial com capacidade de raciocínio no nível de um “doutorado”, mas a realidade se mostrou bem diferente. Usuários frustrados invadiram as redes sociais, clamando pelo retorno da versão anterior. A reação foi tão negativa que Sam Altman, CEO da OpenAI, precisou se desculpar publicamente no X, antigo Twitter, revelando um “defeito grave” no mecanismo de roteamento do modelo.
Para quem não é da área, podemos simplificar alguns termos técnicos e conceitos-chave. O mecanismo de roteamento do ChatGPT-5 é como um maestro que decide qual dos vários modelos de IA deve responder a uma pergunta. Quando o sistema falhou, ele direcionou todas as solicitações para o modelo mais rápido, mas também o mais fraco, resultando em respostas de baixa qualidade. Já o prompt é a instrução ou pergunta que o usuário faz à inteligência artificial, e a forma como ele é escrito pode influenciar a resposta.
A decepção dos usuários pode ser explicada não apenas pelo erro técnico, mas também pela mudança no estilo de escrita. Segundo Fabrício Carraro, Program Manager da Alura, o ChatGPT-5 possui uma “personalidade” diferente do seu antecessor, o GPT-4. Acostumado com a fluidez e a precisão do modelo anterior, o público não se adaptou à nova versão. A reação foi tão intensa que a OpenAI precisou disponibilizar novamente o GPT-4 para os assinantes dos planos pagos, um sinal claro de que a nova versão não atendeu às expectativas.
Apesar dos problemas iniciais, um relatório do Deutsche Bank aponta que as melhorias no GPT-5, como maior utilidade e uma interface mais personalizável, fortalecerão a posição da OpenAI no mercado, especialmente contra a crescente concorrência. No entanto, a crise de lançamento evidencia a complexa relação entre o público e as inovações em IA. A expectativa, alimentada por dois anos de espera, não foi correspondida por um salto “revolucionário”. O episódio serve como um lembrete de que, mesmo para gigantes como a OpenAI, o desenvolvimento de tecnologias disruptivas está longe de ser um processo linear e livre de falhas.
A reação pública e a resposta da OpenAI destacam um desafio central para o futuro da inteligência artificial: como gerenciar a expectativa do público e garantir que o avanço tecnológico seja percebido como uma melhoria genuína, e não como uma regressão. A aposta de Sam Altman, ao corrigir os problemas e oferecer a opção de retorno à versão anterior, demonstra que a confiança do usuário, e não apenas a inovação em si, é o verdadeiro capital a ser protegido.
Da redação com informações de Forbes
Redação do Movimento PB GME-GOO-13082025-F2D5B4-25F