Alerta Nacional: Sobe para 127 o número de intoxicados por metanol no Brasil; governo compra antídotos e faz apelo à população

Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recomenda que população evite bebidas destiladas com tampa de rosca em meio à crise que já atinge 12 estados. Saiba como se proteger da ameaça invisível.

Um alerta de saúde pública tomou conta do Brasil neste fim de semana. O número de casos de intoxicação por metanol, uma substância altamente tóxica usada em combustíveis, subiu para 127 e já se espalha por 12 estados, confirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Em resposta à crise crescente, o governo anunciou a compra emergencial de milhares de doses de antídotos e fez um apelo direto à população: o momento é de máxima cautela ao consumir bebidas alcoólicas, especialmente as destiladas.

O metanol é um tipo de álcool industrial, impróprio para o consumo humano, que estaria sendo usado por criminosos na falsificação de bebidas. O perigo é silencioso e invisível. Em sua forma pura, a substância tem um gosto levemente adocicado, muito parecido com o do etanol (o álcool “comum” das bebidas), e não possui odor forte. Quando diluído em um destilado, torna-se praticamente imperceptível ao paladar, transformando um momento de lazer em um risco de vida.

Diante da gravidade da situação, a recomendação do ministro foi enfática. “Nossa recomendação é evitar bebidas destiladas, sobretudo aquelas cuja garrafa é fechada com rosca”, disse Padilha. Segundo ele, até o momento, não foram identificados casos de adulteração em bebidas vendidas em latas ou em garrafas com tampas metálicas de pressão. “É um produto de lazer, não faz parte da cesta básica. Então, evite o risco no seu momento de lazer”, completou, pedindo “atenção e não pânico”.

Para quem não é da área, podemos simplificar alguns termos…

O metanol é extremamente perigoso porque, ao ser metabolizado pelo corpo, ele se transforma em formaldeído e ácido fórmico, substâncias que atacam o sistema nervoso e o nervo óptico, podendo causar cegueira e morte. A acidose metabólica, citada pelos médicos, é uma condição grave onde o sangue se torna muito ácido, desregulando todo o funcionamento do organismo. O tratamento de emergência envolve antídotos como o etanol farmacêutico (uma forma puríssima de álcool) e o Fomepizol, que agem impedindo que o corpo transforme o metanol em seus subprodutos tóxicos, dando tempo para que ele seja eliminado pela urina.

Resposta do governo e como se proteger

Para combater a crise, o Ministério da Saúde anunciou a compra de 12 mil ampolas de etanol farmacêutico e 2.500 tratamentos de Fomepizol, outro antídoto eficaz, que serão distribuídos aos Centros de Referência de Toxicologia em todo o país. O governo também fez um apelo aos profissionais de saúde para que notifiquem imediatamente qualquer suspeita clínica, permitindo um rastreamento rápido da origem das bebidas contaminadas.

Para o cidadão comum, a melhor defesa é a prevenção. Fique atento e siga estas orientações:

• Desconfie de preços muito baixos: Ofertas “imperdíveis” podem esconder um produto falsificado.
• Verifique a embalagem: Procure por lacres intactos, rótulos bem impressos e informações como CNPJ do fabricante, lote e data de validade. Recuse garrafas com qualquer sinal de violação.
• Observe a bebida: Embora difícil de detectar, fique atento a cores, odores ou consistências estranhas. Na dúvida, não consuma.
• Prefira locais de confiança: Evite comprar bebidas em pontos de venda informais ou de origem duvidosa. Em bares e restaurantes, peça para que a bebida seja servida na sua frente.

Os sintomas de intoxicação por metanol, como náuseas e vômitos, podem ser confundidos com uma ressaca forte, mas costumam ser muito mais intensos e podem incluir dor de cabeça, tontura e alterações na visão. Ao sentir qualquer um desses sinais após consumir uma bebida destilada, procure atendimento médico imediatamente. A agilidade no diagnóstico e no início do tratamento é crucial para evitar sequelas graves ou fatais.

Redação do Movimento PB com informações de Infomoney

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