Construir na Paraíba é o mais caro do Nordeste: metro quadrado ultrapassa R$ 1.800 e lidera ranking regional
Dados do IBGE revelam que custo da construção no estado disparou em setembro, com variação cinco vezes maior que a média do Nordeste, acendendo um alerta para o setor imobiliário e o sonho da casa própria.
O sonho da casa própria na Paraíba está mais caro. Um levantamento divulgado nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através do SINAPI, revelou que o estado registrou o metro quadrado mais caro da construção civil em toda a região Nordeste. Em setembro, o custo médio para construir atingiu a marca de R$ 1.817,93, um valor que não apenas lidera o ranking regional, mas também expõe uma aceleração de preços preocupante e muito acima da média.
O dado que mais chama a atenção é a variação mensal. Enquanto o custo da construção no Nordeste como um todo subiu 0,66% em setembro, na Paraíba o salto foi de 3,35%, uma variação cinco vezes maior. Este aumento coloca o estado em uma posição de destaque negativo, superando com folga outros estados da região e ficando bem acima do custo médio regional, que fechou em R$ 1.744,78. O Maranhão aparece na segunda posição, com um custo de R$ 1.811,78 por metro quadrado, seguido pelo Ceará, com R$ 1.771,91.
A escalada de preços não é um fenômeno isolado do último mês. Analisando a série histórica, o acumulado do ano na Paraíba já atinge uma alta de 5,27%, enquanto nos últimos 12 meses, o aumento chega a 6,86%. Em nível nacional, o custo médio da construção ficou em R$ 1.872,24 em setembro, com a maior parte do valor (R$ 1.068,14) correspondendo aos materiais e o restante (R$ 804,10) à mão de obra. Embora o IBGE não detalhe essa divisão por estado, a tendência nacional sugere que tanto os insumos quanto os salários estão pressionando os custos para cima.
A liderança da Paraíba no ranking de custo da construção no Nordeste pinta um quadro paradoxal. Por um lado, pode ser interpretado como um reflexo de um mercado aquecido, com alta demanda por novas obras e, consequentemente, maior pressão sobre os preços de materiais e mão de obra qualificada. Por outro lado, acende um alerta vermelho para a questão do acesso à moradia. Com o metro quadrado mais caro da região, o desafio para construtoras e, principalmente, para o cidadão comum que sonha em construir ou comprar um imóvel novo, torna-se significativamente maior. O desafio para o futuro é entender as causas dessa inflação setorial e encontrar caminhos para que o dinamismo da construção civil não se transforme em uma barreira para o desenvolvimento social do estado.
Redação do Movimento PB
Redação do Movimento PB [NMG-OGO-10102025-F1A8B4-13P]
