Casa Branca defende insulto de Trump a jornalista: “Franqueza” justifica ataque “porquinha”
Em questionamento sobre caso Epstein, presidente dos EUA mandou repórter se calar com termo depreciativo; porta-voz alega que “honestidade” do líder foi validada nas urnas.
A Casa Branca saiu em defesa, nesta quinta-feira (20), da postura do presidente Donald Trump, que utilizou o termo depreciativo “piggy” (porquinha) para silenciar uma jornalista durante uma coletiva no Air Force One. A secretária de imprensa, Karoline Leavitt, classificou o insulto como uma demonstração da “franqueza e honestidade” que, segundo ela, garantiram a reeleição do republicano.
O episódio, ocorrido na última sexta-feira (14), gerou forte reação de entidades de imprensa e direitos civis. A repórter Catherine Lucey, da Bloomberg, questionava Trump sobre a liberação de arquivos relacionados ao falecido criminoso sexual Jeffrey Epstein e se havia algo incriminatório nos documentos. Antes que ela pudesse concluir, o presidente apontou o dedo e disparou: “Quieta. Quieta, porquinha”.
Normalização da hostilidade
Ao ser confrontada pelo The Washington Post sobre o comportamento do presidente, Leavitt minimizou a gravidade do ataque pessoal, sugerindo que a imprensa deveria “apreciar” o estilo direto do mandatário. “O presidente é muito franco e honesto com todos… É uma das muitas razões pelas quais o povo americano reelegeu este presidente”, declarou a porta-voz, transferindo a responsabilidade para os jornalistas que, na visão do governo, “espalham informações falsas”.
A defesa oficial da Casa Branca marca uma escalada na tensão entre o governo Trump e a mídia independente neste segundo mandato. Para analistas, a estratégia de rotular insultos misóginos como “autenticidade” política visa deslegitimar o papel fiscalizador da imprensa, especialmente em temas sensíveis como as conexões de figuras de poder com o escândalo Epstein.
Repercussão e contexto
O ataque não foi isolado. Dias após o incidente no avião presidencial, Trump chamou outra repórter, Mary Bruce da ABC News, de “pessoa terrível” dentro do Salão Oval. A Society of Professional Journalists (SPJ) condenou a retórica, afirmando que “insultos humilhantes direcionados a mulheres repórteres não devem ser tolerados”.
A insistência da administração em normalizar tais condutas reflete um cenário desafiador para a liberdade de imprensa nos Estados Unidos, onde a violência verbal partindo do cargo mais alto do país tenta criar um ambiente de intimidação contra quem busca transparência pública.
Traduzido e adaptado de The Washington Post.
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Veja a cobertura sobre a defesa da Casa Branca aos comentários do presidente neste vídeo: Karoline Leavitt responds to Trump’s remark
O vídeo selecionado é relevante pois apresenta diretamente a declaração da secretária de imprensa Karoline Leavitt defendendo o uso do termo insultuoso por Donald Trump, confirmando o foco central da reportagem gerada.
