PBPolicial

Tragédia na Bica: Homem invade recinto de leoa e morre após ataque no Parque Zoobotânico

Tragédia na Bica: Homem invade recinto de leoa e morre após ataque no Parque Zoobotânico

Homem invade jaula de leoa na Bica e morre: polícia investiga caso que chocou João Pessoa

O domingo (30) começou como um dia comum de visitação ao Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a tradicional Bica, em João Pessoa. Entretanto, por volta das 10h40, o ambiente familiar do local foi interrompido por um episódio trágico. Um homem, ainda não identificado até o momento da publicação, escalou deliberadamente as barreiras de proteção do recinto de felinos — estruturas superiores a seis metros — e entrou na área reservada a uma leoa adulta.

O animal, instintivamente, reagiu à invasão inesperada. O ataque foi fulminante. A morte ocorreu rapidamente, sem possibilidade de intervenção por parte dos visitantes ou da equipe técnica. A cena, presenciada por dezenas de pessoas, gerou pânico e comoção imediatos.

Vídeos e testemunhas reforçam caráter intencional da invasão

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que o homem sobe a estrutura com rapidez incomum, mesmo sob alerta de pessoas próximas. Testemunhas relataram que ele não demonstrou hesitação ao adentrar a área restrita e tampouco tentou fugir ao perceber a aproximação do animal.

Esse comportamento levou a Polícia Civil a levantar, preliminarmente, a possibilidade de suicídio — hipótese reforçada pelo fato de o homem ter ignorado todos os sinais de perigo e ter ultrapassado uma área claramente demarcada como proibida.

Nota oficial e medidas imediatas da Prefeitura

Em nota divulgada poucas horas após o ocorrido, a Prefeitura Municipal de João Pessoa, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), confirmou a morte e detalhou os primeiros procedimentos:

  • O zoológico foi imediatamente interditado para perícia;
  • A equipe do parque acionou o Corpo de Bombeiros e o Samu, que constataram o óbito no local;
  • A leoa foi conduzida a área segura e monitorada por veterinários;
  • A administração iniciou revisão emergencial dos protocolos de segurança.

Segundo a Semam, o recinto atendia às normas técnicas e não apresentou falhas estruturais aparentes. O parque reforçou que o acesso só ocorreu devido à ação voluntária e ativa do homem, que ultrapassou barreiras destinadas justamente a impedir qualquer aproximação.

Polícia investiga identidade e motivação

A Polícia Civil da Paraíba está conduzindo a investigação para identificar oficialmente a vítima, compreender seu estado emocional e levantar o cenário anterior ao ocorrido. Segundo agentes, a perícia inicial indica que a invasão foi “intencional e consciente”, não havendo indícios de acidente, falha de segurança ou tentativa de interação irresponsável com o animal.

Visitantes relatam desespero e cobram revisão de segurança

O episódio provocou forte abalo emocional em famílias presentes, incluindo crianças. Muitos visitantes relataram sensação de impotência e choque ao assistir à cena, mesmo sem visualizar detalhes do ataque em si.

O caso reacendeu debates sobre segurança em zoológicos — não apenas na Paraíba, mas em todo o país. Especialistas afirmam que barreiras físicas são projetadas para impedir aproximações acidentais, mas dificilmente conseguem impedir ações deliberadas de risco.

Especialistas: “Zoológicos não são ambientes de interação direta”

Veterinários e especialistas em comportamento animal reforçam que:

  • Felinos selvagens mantêm instintos intactos, mesmo em cativeiro;
  • Qualquer invasão de recinto é imediatamente entendida pelo animal como ameaça;
  • O ataque rápido é uma resposta natural de autodefesa;
  • Zoológicos devem reforçar monitoramento, mas não conseguem prever ações extremas.

De acordo com analistas em segurança de fauna cativa, episódios semelhantes já ocorreram em zoológicos de diversos países — sempre motivados por invasões intencionais.

Parque permanece fechado

O Parque Zoobotânico Arruda Câmara permanecerá fechado por tempo indeterminado. A Semam deve divulgar um laudo completo sobre condições do recinto, câmeras, vigilância e possíveis ajustes na estrutura física.

Reflexão necessária

A tragédia expõe a vulnerabilidade de espaços públicos diante de comportamentos imprevisíveis. Mesmo com barreiras, placas, avisos e protocolos, atitudes individuais continuam capazes de provocar desfechos irreversíveis e violentos.

O caso também destaca o impacto psicológico sobre visitantes, funcionários e sobre o próprio animal, que precisará ser monitorado nas próximas semanas para avaliar possíveis alterações comportamentais decorrentes do episódio.


Conclusão

Embora o zoológico tenha mantido todas as normas de proteção e o incidente não esteja relacionado a falha operacional, o episódio serve como alerta para intensificar discussões sobre segurança, saúde mental, prevenção e responsabilidade coletiva em espaços de convivência com animais selvagens. A polícia continua investigando o caso, enquanto João Pessoa aguarda novas informações oficiais.

Vídeo no X tem cenas fortes