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O Fim de uma Era? Metaverso de Zuckerberg Encolhe e Reanima Investidores de Wall Street

O Fim de uma Era? Metaverso de Zuckerberg Encolhe e Reanima Investidores de Wall Street
Imagem criada por Inteligência Artificial a partir de prompt da redação.

A ambiciosa aposta de Mark Zuckerberg no metaverso, que levou à renomeação de sua gigante tecnológica para Meta, parece estar em rota de colisão com a realidade. Relatos recentes indicam cortes significativos no orçamento do projeto, uma manobra que, paradoxalmente, foi recebida com entusiasmo em Wall Street, impulsionando as ações da empresa.

Na última quinta-feira (4), as ações da Meta registraram um aumento inicial de 7%, encerrando o dia com alta de 3,4%, em resposta a informações da Bloomberg sobre a redução de até 30% no orçamento da equipe do metaverso. Embora a Meta não tenha comentado oficialmente, o movimento sugere uma reavaliação estratégica profunda, quatro anos e bilhões de dólares depois de Zuckerberg ter proclamado o metaverso como o ‘sucessor da internet móvel’.

A Visão Ambiciosa e a Dura Realidade

A ideia de um vasto idílio digital, onde usuários passariam tempo significativo em mundos virtuais, nunca conseguiu capturar a imaginação do público ou o retorno financeiro esperado. O projeto Horizon Worlds, por exemplo, estabeleceu uma meta de 500 mil usuários ativos mensais até o final de 2022, mas essa projeção foi revisada para quase a metade no mesmo ano, segundo o Wall Street Journal.

O ceticismo dos investidores e da maioria dos usuários da internet era palpável desde o início. O conceito, muitas vezes nebuloso, exigia um volumoso headset de US$ 400, um obstáculo significativo para a adoção em massa, especialmente em um período pós-pandemia, onde o desejo por interações presenciais era predominante.

Contexto e Críticas: Além do Metaverso

A mudança de marca para Meta e o foco no metaverso ocorreram em um momento crítico para a empresa, então conhecida como Facebook. Afundada em um pântano de manchetes negativas após os vazamentos da denunciante Frances Haugen, que revelaram falhas em proteger usuários (especialmente adolescentes), a empresa buscava desesperadamente uma nova narrativa. O metaverso prometia ser essa tábua de salvação.

Contudo, a execução deixou a desejar. Imagens do próprio avatar de Zuckerberg dentro do metaverso, criticadas pela mediocridade gráfica, viralizaram, expondo a distância entre a visão e a realidade tecnológica. Diferente do apelo inicial do Facebook, que permitia uma autoapresentação atraente e conexões fluidas, o metaverso não conseguiu replicar esse fator de charme, parecendo mais uma gigantesca chamada de Zoom com avatares desajeitados.

Onde os Bilhões Serão Reinvestidos?

Apesar do aparente recuo no metaverso, Zuckerberg mantém sua crença na importância da estética e da inovação. A Meta está recrutando o renomado designer da Apple, Alan Dye, para liderar um novo estúdio focado na integração de hardware, software e inteligência artificial.

As economias geradas pelos cortes no metaverso serão, segundo fontes familiarizadas com os planos, redirecionadas para outros projetos, como óculos de IA e outros dispositivos vestíveis. Neste segmento, a Meta já detém uma liderança significativa, com 61% do mercado de óculos inteligentes e dispositivos de RA/RV, conforme dados da IDC Global.

Ainda assim, Wall Street permanece cautelosa com a propensão de Zuckerberg em investir astronomicamente em tecnologias não comprovadas, incluindo a própria IA. Em setembro, no podcast ‘Access’, Zuckerberg reiterou sua postura: ‘Se acabarmos gastando mal algumas centenas de bilhões de dólares, acho que isso será muito lamentável, obviamente. Mas o que eu diria é que, na verdade, acredito que o risco é maior se fizermos o contrário.’

Da redação do Movimento PB.

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