Sai Sabino, entra Feliciano! Lula troca comando do Turismo e racha União Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou nesta quarta-feira a saída de Celso Sabino do Ministério do Turismo. A mudança já era esperada e acontece em meio a uma profunda crise no União Brasil, partido de Sabino, que o havia expulsado da legenda por desobedecer a ordem de deixar o governo federal.
Para a cadeira do Turismo, Lula indicou Gustavo Feliciano, filho do deputado federal Damião Feliciano (União Brasil-PB). A nomeação é vista como um movimento estratégico do governo para consolidar o apoio de uma ala do União Brasil, que se comprometeu a endossar a reeleição do presidente em 2026.
A Queda de Sabino e a Articulação Política
A situação de Celso Sabino no ministério tornou-se insustentável após sua expulsão do União Brasil em 8 de dezembro. O partido havia determinado que seus filiados deixassem cargos no governo Lula até setembro, mas Sabino, atendendo a um pedido presidencial para permanecer durante a COP30 em Belém, ignorou a diretriz. Sua aparição em agendas ao lado de Lula, mesmo após a determinação partidária, irritou a cúpula do União.
A escolha de Gustavo Feliciano reflete uma costura política complexa. Fontes do Palácio do Planalto indicam que a indicação tem o aval do presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, e foi articulada por um grupo de cerca de 20 parlamentares da sigla que já se alinham ao governo. Damião Feliciano, pai do novo ministro, é uma figura central nessa ala e atua como vice-líder do Planalto na Câmara.
Há uma clara expectativa governista: ministros e integrantes do segundo escalão deverão estar alinhados a Lula e apoiar sua candidatura à reeleição em 2026. A nomeação de Feliciano também conta com o apoio de Hugo Motta (Republicanos-PB), aliado político da família na Paraíba.
Gustavo Feliciano: Quem é o novo ministro?
Gustavo Costa Feliciano é natural de Campina Grande, Paraíba, e possui formação em Direito. Ele é filho da ex-vice-governadora da Paraíba Lígia Feliciano e do deputado federal Damião Feliciano. Antes de sua indicação ao ministério, Gustavo foi secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico da Paraíba no primeiro governo de João Azevêdo, cargo que deixou em dezembro de 2021. Ele nunca ocupou um cargo eletivo.
O Racha no União Brasil
Apesar do suposto aval de Antônio Rueda, a indicação de Gustavo Feliciano não encontra consenso no União Brasil. Parte dos membros do diretório nacional, que votou pela saída da sigla do governo e pela expulsão de Sabino, é contrária ao novo nome. Bancadas importantes, como as de São Paulo e Goiás, manifestam-se reservadamente contra a decisão, criticando a mudança de postura de Rueda e questionando seu sentido político.
A decisão do União Brasil de desembarcar do governo Lula ocorreu pouco depois de notícias que associaram Antônio Rueda a uma investigação sobre crime organizado em São Paulo – acusações que o presidente da legenda nega veementemente.
Da redação do Movimento PB.
