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De bike ao redor do mundo: a épica jornada de Thomas Stevens

De bike ao redor do mundo: a épica jornada de Thomas Stevens
De bike ao redor do mundo: a épica jornada de Thomas Stevens

Uma odisseia sobre duas rodas no século 19

Em 1884, enquanto o mundo ainda se deslumbrava com o romance de Júlio Verne, um inglês chamado Thomas Stevens embarcou em uma aventura real: dar a volta ao mundo, não de trem ou balão, mas de bicicleta.

Sua jornada de mais de dois anos o levou por paisagens e culturas diversas, da América do Norte à Turquia, passando pela Índia, China e Japão. Stevens pedalou por 22 mil km, tornando-se um pioneiro do cicloturismo global.

A aventura de um ‘homem comum’

Stevens não era um atleta de elite, mas um entusiasta do ciclismo. Robert Isenberg, escritor e cineasta, destaca que sua popularidade veio de sua determinação em realizar o feito. Patrocinado por uma revista de ciclismo, Stevens cruzou os EUA e partiu da Inglaterra para a Europa e Ásia.

Sua bicicleta, um modelo penny-farthing com uma roda dianteira enorme, era bem diferente das bikes modernas. Levava consigo apenas o essencial: roupas, uma arma, um poncho-barraca e um pneu extra.

Impressões de Istambul e além

Em Istambul, Stevens se encantou com a diversidade da cidade, descrevendo seus habitantes, ruas e costumes. Ele registrou cenas noturnas iluminadas por lampiões e mulheres fumando em compartimentos exclusivos nos transportes públicos.

No Irã, hospedou-se com o xá Naser al-Din e admirou as Torres do Silêncio zoroastrianas. Impedido de entrar no Afeganistão, seguiu para a Índia, onde elogiou o Taj Mahal e as paisagens coloridas. Sua viagem o levou ainda a Hong Kong, China e, finalmente, ao Japão.

Críticas e legado

Apesar de sua admiração pelas culturas que encontrou, Stevens também reproduziu estereótipos da época, classificando alguns povos como “semicivilizados” ou “ignorantes”. Aydan Çelik, estudioso turco, aponta que Stevens, como muitos viajantes da época, tinha uma visão “orientalista”.

Robert Isenberg observa que a perspectiva de Stevens evoluiu ao longo da viagem, especialmente ao se encantar com o Taj Mahal. Seu legado, segundo Çelik, foi popularizar as viagens de bicicleta, promovendo uma “revolução” sobre duas rodas.

As histórias de Stevens inspiraram jovens aventureiros e moldaram a visão de muitos americanos sobre o mundo. Sua jornada permanece como um marco na história do cicloturismo e uma prova do espírito humano de aventura.

Da redação do Movimento PB.

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