O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) propôs nesta quinta-feira (28) um acordo com o STF e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para anistiar tanto ele quanto os presos pelos atos de 8 de janeiro. Segundo Bolsonaro, a medida seria um passo importante para a pacificação do país e permitiria encerrar os conflitos relacionados às investigações conduzidas pela Polícia Federal.
Durante entrevista ao programa Oeste Sem Filtro, Bolsonaro declarou que a pacificação exige concessões:
“Alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. Se tivesse uma palavra do Lula ou do Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido.”
Avanço das investigações e temor de prisão
Bolsonaro enfrenta um inquérito que o aponta, junto a outros 36 aliados, como participante de um plano para impedir a posse de Lula, incluindo ações extremas como o assassinato do petista e do ministro Alexandre de Moraes. O ex-presidente negou envolvimento e chamou as acusações de “ficção”.
O relatório da PF, divulgado em 26 de novembro, detalha como Bolsonaro, desde 2019, disseminou desinformação sobre o sistema eleitoral e teria ciência dos planos coordenados por assessores e militares para um golpe de Estado. O documento também inclui nomes como:
General Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa;
Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
Valdemar Costa Neto, presidente do PL;
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin.
Reação e críticas
Bolsonaro criticou o relatório e afirmou que não há provas concretas:
“É mais uma peça de ficção. Falar de golpe de Estado com general da reserva, quatro oficiais e um agente da PF é piada.”
Ele também atribuiu as acusações a uma tentativa de responsabilizá-lo pessoalmente e defendeu seu governo como um período sem corrupção, argumentando que isso teria prejudicado interesses de grupos influentes.
Anistia em debate no Congresso
O projeto de anistia enfrenta resistência na Câmara dos Deputados. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa, adiou a tramitação na CCJ, mas sinalizou a intenção de resolver a questão até o fim de seu mandato, em fevereiro de 2025.
A proposta de Bolsonaro reacende debates sobre responsabilidade política e a busca por estabilidade no cenário nacional.