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IML libera corpos de mortos em megaoperação no Rio; operação deixa 121 mortos e prende 81

IML libera corpos dos mortos na maior operação policial do RJ; ação deixou 121 mortos e 81 presos na Penha e Alemão.
IML libera corpos de mortos em megaoperação no Rio; operação deixa 121 mortos e prende 81

Na última megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, o Instituto Médico-Legal (IML) liberou todos os corpos dos suspeitos mortos, conforme informado pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro. A perícia foi oficialmente encerrada, e os laudos que apontam as causas das mortes deverão ficar prontos em um prazo de 10 a 15 dias úteis.

Contexto e detalhes da operação

A Operação Contenção, que mobilizou cerca de 2.500 policiais civis e militares, é considerada a maior ação do estado do Rio de Janeiro nos últimos 15 anos. A iniciativa tinha como objetivo combater a expansão territorial do Comando Vermelho (CV) e capturar 100 mandados de prisão contra integrantes da facção, sendo 30 deles direcionados a criminosos oriundos de outros estados, com destaque para membros do Pará e da Bahia.

Os complexos da Penha e do Alemão reúnem cerca de 26 comunidades, palco de intensos confrontos durante a operação. Até o momento, foram confirmadas 117 mortes entre civis, incluindo nove chefes do Comando Vermelho vindos de outras regiões, e quatro policiais mortos em ação. O número pode aumentar devido ao andamento das investigações e recontagens.

Repercussão e apreensões

A ação policial resultou em 81 prisões até o início da tarde do último dia da operação. Além disso, as forças de segurança apreenderam 120 armas de fogo — incluindo 93 fuzis, pistolas, metralhadoras — além de explosivos, equipamentos militares, celulares e nove motos. Durante as incursões, casas foram incendiadas em represália às ações policiais, aumentando a tensão social na região.

Um policial do Bope foi baleado de raspão na perna, enquanto outros suspeitos feridos foram encaminhados para o Hospital da Penha sob custódia. A complexidade da operação contou inclusive com registros de drones lançando artefatos explosivos nas comunidades.

Assistência às famílias e manifestações

A Defensoria Pública acompanha o caso e presta assistência às famílias das vítimas, que organizaram um protesto bloqueando a Avenida Francisco Bicalho, local do IML, em busca da rápida liberação dos corpos. O Ministério Público do Estado do Rio conduz uma perícia independente, em cumprimento a determinações da Corte Interamericana de Direitos Humanos e do Supremo Tribunal Federal no âmbito da ADPF 635, para garantir transparência na apuração dos fatos.

O episódio voltou a alimentar o debate público sobre a estratégia de segurança no Rio de Janeiro, apontando para a necessidade de soluções que resguardem direitos humanos e promovam a recuperação social das regiões afetadas pelo conflito entre o crime organizado e as forças policiais.

Desafios para o futuro imediato

Enquanto a operação combatia o fortalecimento da facção no estado, a repercussão das mortes e prisões revela os desafios persistentes da segurança pública no Rio. Em maio de 2021, uma operação no Jacarezinho resultou em 28 óbitos. O atual episódio, com 64 mortes confirmadas inicialmente e totalizado 121 mortes, reforça a urgência de políticas articuladas que aliem o combate às organizações criminosas com iniciativas sociais efetivas.

O governo do Rio de Janeiro mantém que a ação representa um marco e reforça o combate à criminalidade organizada, mas segue sob pressão para equilibrar resultados operacionais com a proteção integral dos direitos fundamentais.


[Da redação do Movimento PB]
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