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Lula Condiciona 2026 à Saúde e Inicia Jogo Sucessório no PT

“Se for candidato, é para ganhar”: O Recado ao PT e à Oposição

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocou oficialmente seu nome no tabuleiro da sucessão presidencial de 2026, mas com uma condição clara: sua saúde. Durante o Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, realizado neste domingo (3), Lula afirmou que poderá concorrer ao seu quarto mandato, mas que a decisão final dependerá de uma avaliação honesta sobre sua condição física e mental no próximo ano.

Em um recado direto tanto para a base aliada quanto para a oposição, o presidente foi enfático: “Se eu for candidato, vou ser candidato para ganhar”. A declaração mais forte, no entanto, foi uma referência ao cenário político norte-americano: “Para eu me candidatar e acontecer o que aconteceu com Biden, jamais”. A menção à desistência do ex-presidente dos EUA em 2024, em meio a pressões sobre sua idade e desempenho, mostra que Lula, que completará 81 anos em 2026, está ciente do debate e quer controlar a narrativa sobre sua própria aptidão para o cargo.

A Autocrítica e a Relação com o Congresso

Em um momento de sinceridade com a militância, Lula fez uma autocrítica sobre a força parlamentar do partido. Ele lamentou o baixo número de deputados eleitos em 2022 e reconheceu as dificuldades de governar com um Congresso de maioria conservadora. “Nessa eleição, nosso partido só elegeu 70 deputados de 513. É muita diferença. Se nós fôssemos bons como nós pensamos que fôssemos, a gente teria eleito 140, 150“, disse.

O presidente usou essa fraqueza numérica para valorizar as vitórias do governo, como a aprovação da reforma tributária, que exigiu uma articulação política intensa. “Muitas vezes na política vocês acham que é derrota, mas a gente aprovar uma política tributária num Congresso totalmente adverso… Nós conseguimos”, afirmou, destacando a capacidade de negociação do governo.

Novo Comando, Nova Estratégia: Edinho Silva na Presidência do PT

O evento também marcou uma mudança estratégica no comando do partido, com a posse de Edinho Silva como novo presidente do PT, substituindo a deputada Gleisi Hoffmann. Prefeito de Araraquara e ex-ministro, Edinho é visto como um nome mais próximo ao núcleo do governo, sinalizando uma tentativa de alinhar a máquina partidária de forma mais coesa com as estratégias do Palácio do Planalto.

A nova gestão tem como foco preparar o terreno para 2026, com planos de ampliar a presença digital e o engajamento nas redes sociais, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, consideradas prioritárias para a expansão da base eleitoral. A troca no comando é um movimento claro para fortalecer a articulação e preparar o partido para o próximo ciclo eleitoral, com ou sem Lula na cabeça de chapa.

A declaração de Lula, portanto, serve como a peça de largada para a corrida de 2026. Ela acalma as ansiedades internas, coloca os adversários em alerta e, mais importante, estabelece os termos do debate futuro sob seu controle. Seja como candidato ou como o grande eleitor, Lula deixa claro que pretende ser a força central que moldará a próxima eleição presidencial.

Redação do Movimento PB [GME-GOO-04082025-1000-15P]

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