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Moraes aperta o cerco a Bolsonaro, autoriza vistoria em carros e vigilância em ‘pontos cegos’ para evitar fuga

Às vésperas do julgamento por tentativa de golpe, ministro do STF endurece prisão domiciliar e determina revista de veículos que saem da residência do ex-presidente, além de monitoramento presencial no perímetro do imóvel.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado (30) um novo e significativo endurecimento do monitoramento da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. A nova decisão, que vem apenas quatro dias após a ordem de vigilância integral 24h, agora autoriza a vistoria de todos os veículos que saem da residência, incluindo porta-malas, e o posicionamento de policiais na área externa do imóvel para cobrir “pontos cegos”. O objetivo, declarado explicitamente no despacho, é “impedindo qualquer possibilidade de fuga”.

A escalada nas restrições ocorre em um momento de máxima tensão, às vésperas do início do julgamento de Bolsonaro pela ação de tentativa de golpe de Estado, marcado para a próxima terça-feira (2/9). As novas medidas transformam a vigilância, antes mais passiva, em um verdadeiro cordão de segurança ativo em torno do ex-presidente.

Do monitoramento à revista: As novas regras da prisão domiciliar

A decisão de Moraes foi baseada em pareceres técnicos da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, que apontou a existência de “pontos cegos” no monitoramento devido aos imóveis vizinhos, e da Procuradoria-Geral da República (PGR), que alertou para a “maior exposição ao risco” de evasão. As novas regras são detalhadas:

  • Vistoria de Veículos: Todos os carros que deixarem a residência de Bolsonaro deverão ser inspecionados, incluindo os porta-malas. A equipe policial deverá documentar os veículos, motoristas e passageiros de cada saída.
  • Vigilância de Perímetro: Os policiais penais estão autorizados a realizar o monitoramento presencial na área externa que faz divisa com os outros imóveis, eliminando as brechas na segurança.

Risco de fuga, minuta de asilo e embaixadas: O que motiva o STF

O endurecimento das medidas reflete a convicção do STF de que o risco de fuga do ex-presidente é real e iminente. A preocupação é alimentada por uma série de evidências e eventos recentes, incluindo a descoberta de uma minuta de 33 páginas de um pedido de asilo político à Argentina, encontrada no celular de Bolsonaro pela Polícia Federal.

As investigações apontam que o documento foi modificado no celular em 12 de fevereiro de 2024, exatamente o dia em que o ex-presidente chegou à embaixada da Hungria em Brasília, onde permaneceu por dois dias. Além disso, parlamentares alertaram para a possibilidade de uma tentativa de fuga para a Embaixada dos Estados Unidos, que fica a poucos minutos da residência de Bolsonaro.

Na decisão, Moraes argumenta que a proximidade do julgamento, somada às provas de que Bolsonaro possuía um “documento destinado a possibilitar sua evasão do território nacional”, torna as novas medidas “absolutamente necessárias e adequadas”. O cerco jurídico e físico se fecha sobre o ex-presidente, estabelecendo um cenário de alta tensão para um dos julgamentos mais importantes da história recente do Brasil.

Da redação com informações da BBC News Brasil

Redação do Movimento PB [GMN-GOO-30082025-233801-A4B1C9-15P]


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