Durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia ressaltaram que o sistema de identificação de eleitores no Brasil foi citado como exemplo positivo em uma medida assinada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A sessão ocorreu nesta quarta-feira (26), quando a Primeira Turma do STF decidiu por unanimidade aceitar a denúncia contra Bolsonaro e sete aliados por suposta tentativa de golpe de Estado.
Brasil como referência em identificação de eleitores
Durante a sessão, Cármen Lúcia mencionou a recente ordem executiva assinada por Trump, que exige comprovação de cidadania para eleitores nos Estados Unidos. O documento destaca o Brasil e a Índia como exemplos de países que utilizam a biometria para garantir segurança nas eleições.
— Ontem foi reconhecido nos Estados Unidos o mérito do sistema brasileiro — afirmou a ministra.
Na sequência, Alexandre de Moraes comparou o reconhecimento internacional com as tentativas de questionamento das urnas eletrônicas no Brasil:
— O Brasil foi citado expressamente como um modelo de sucesso pelo ex-presidente Donald Trump, enquanto aqui houve toda uma movimentação para colocar em dúvida a credibilidade do sistema eleitoral.
Denúncia aceita por unanimidade
O julgamento de Bolsonaro e seus aliados teve como base investigações sobre um suposto plano para desacreditar as eleições e interferir no resultado das urnas. Entre os denunciados, está o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual deputado federal Alexandre Ramagem, apontado como um dos responsáveis por articular ataques contra o sistema eleitoral.
Com a decisão do STF, Bolsonaro passa oficialmente à condição de réu no processo. Nos próximos passos, a Corte avaliará as provas e definirá eventuais punições aos envolvidos.
