Trump Assina Decreto para Estabelecer Inglês como Idioma Oficial dos EUA


Medida revoga exigência de serviços multilíngues em órgãos federais e visa “promover unidade”, mas críticos apontam impacto negativo em comunidades imigrantes.


Decreto Presidencial e Suas Implicações

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinará um decreto nesta sexta-feira (28) declarando o inglês como idioma oficial do país, segundo fonte da Casa Branca. A ordem proíbe a comunicação em outras línguas em órgãos federais e revoga uma política implementada por Bill Clinton nos anos 1990, que obrigava instituições públicas a oferecerem serviços em múltiplos idiomas. A medida afetará diretamente o acesso a saúde, educação e assistência social para milhões de imigrantes, incluindo comunidades latinas (19% da população), chinesas e árabes.

Trump justificou a ação como forma de “promover a unidade nacional”, reforçando uma retórica anti-imigração que marcou sua campanha em 2016. Na época, ele criticou adversários como Jeb Bush por usarem o espanhol em comícios: “Somos uma nação que fala inglês”, declarou.


Contexto Histórico: Uma Nação Sem Língua Oficial

Apesar de o inglês ser amplamente dominante, os EUA nunca adotaram um idioma oficial em sua Constituição, refletindo uma tradição de integração cultural que permitia a imigrantes preservar suas línguas nacionais enquanto aprendiam o inglês. A flexibilidade linguística foi considerada essencial para a assimilação de diversas ondas migratórias ao longo dos séculos.

A revogação da política de Clinton, que garantia traduções em locais como hospitais e repartições públicas, representa uma mudança radical. Para defensores de direitos civis, a medida “ignora a realidade multicultural do país e marginaliza populações vulneráveis”, como afirmou a organização Hispanic Federation em nota.

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Impacto em Comunidades de Imigrantes

O decreto atingirá principalmente grupos que dependem de serviços públicos em seus idiomas nativos. Dados do Census Bureau indicam que mais de 67 milhões de pessoas nos EUA falam outro idioma em casa, incluindo 42 milhões de hispânicos. Sem traduções, tarefas como preencher formulários de auxílio governamental ou marcar consultas médicas se tornarão mais difíceis.

“Isso não é sobre unidade, é sobre exclusão”, criticou María García, líder comunitária em Los Angeles. “Muitos idosos e recém-chegados não dominam o inglês. Como vão buscar ajuda?”


Agenda Política e Reações

A medida alinha-se à agenda de Trump para fortalecer políticas nacionalistas, incluindo restrições a vistos de trabalho e aumento de deportações. Analistas veem o decreto como uma estratégia para mobilizar sua base eleitoral antes das eleições de 2026.

Enquanto aliados republicanos elogiam a “defesa da identidade americana”, democratas e organizações de direitos humanos alertam para riscos de discriminação. “Isso aprofunda divisões e desrespeita a diversidade que construiu este país”, declarou a senadora Elizabeth Warren (D-MA).

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