CiênciasTecnologia

A nova avalanche chinesa: Exportação de robôs industriais da China dispara 55% e sinaliza nova era de domínio tecnológico

A nova avalanche chinesa: Exportação de robôs industriais da China dispara 55% e sinaliza nova era de domínio tecnológico

Enquanto o Ocidente debate o protecionismo, Pequim inunda o mercado global com alta tecnologia, demonstrando a resiliência de sua economia e uma aposta estratégica em novos motores de crescimento para consolidar sua soberania industrial.

Em uma demonstração inequívoca de força industrial e resiliência econômica, a China revelou que suas exportações de robôs industriais registraram um salto impressionante de 54,9% nos primeiros nove meses de 2025. O dado, divulgado pela Administração Geral das Alfândegas (GAC) nesta semana, não é apenas um número em uma planilha de comércio exterior; é o sinal mais claro de que, mesmo diante de um cenário global complexo e de tensões comerciais, o gigante asiático está acelerando sua transição para se tornar a fábrica de alta tecnologia do mundo.

Segundo Wang Jun, vice-diretor da GAC, o comércio exterior chinês tem demonstrado “confiança, vitalidade e determinação”. A confiança, segundo ele, vem de uma base comercial estável, com exportações e importações crescendo por quatro meses consecutivos. As principais províncias industriais, como Guangdong, Jiangsu e Xangai, continuam a ser o motor desse crescimento, contribuindo com mais de 80% da expansão comercial do país. É a prova de que a máquina produtiva chinesa não apenas resistiu aos choques globais, mas também se adaptou e encontrou novos caminhos para a expansão.

A “vitalidade” da economia chinesa, no entanto, é o fator mais revelador da nova estratégia de Pequim. O boom não se restringe aos robôs. O país também registrou um aumento de 23,9% nas exportações de equipamentos de energia eólica e viu até mesmo seus artesanatos tradicionais, como os barcos-dragão, ganharem popularidade global após serem reinventados com elementos de design moderno. Isso demonstra uma aposta consciente em diversificar a pauta de exportações, movendo-se para além dos produtos de baixo valor agregado e competindo ferozmente em setores de alta tecnologia e de nicho.

A “determinação” se reflete no número crescente de empresas que entram na arena do comércio internacional. Mais de 700.000 empresas chinesas se envolveram em atividades de importação e exportação nos primeiros três trimestres, um número que já supera o total do ano passado. Isso indica uma capilaridade e um dinamismo do setor privado que muitas vezes são subestimados pelas análises ocidentais. Mesmo reconhecendo os desafios impostos pela incerteza econômica global e pelas tendências protecionistas, o governo chinês confia em seus “sólidos fundamentos econômicos, vasto mercado e sistema industrial completo” para sustentar o crescimento.

O disparo na exportação de robôs é, portanto, muito mais do que uma estatística de comércio. É a materialização de uma estratégia de longo prazo, consolidada em planos como o “Made in China 2025”. Enquanto o Ocidente, incluindo o Brasil, debate como se posicionar na nova guerra fria tecnológica, a China avança com pragmatismo, construindo as bases de sua soberania industrial e se posicionando para dominar as cadeias de suprimentos do futuro. A nova avalanche chinesa não é mais de produtos baratos, mas de automação, tecnologia limpa e inovação, um recado poderoso de que o centro de gravidade da economia global já se moveu decisivamente para o Oriente.

Redação do Movimento PB com informações de Ecns

Redação do Movimento PB [NMG-OGO-15102025-C8A1B3-13P]