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Brasil investirá R$ 23 bilhões em ‘IA soberana’ com supercomputadores e nuvem própria, diz ministra

Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), detalhado pela ministra Esther Dweck, prevê a criação de uma infraestrutura nacional para proteger dados estratégicos e reduzir a dependência de tecnologias estrangeiras.

O governo federal planeja investir R$ 23 bilhões até 2028 para desenvolver uma Inteligência Artificial “inclusiva, soberana, ética e centrada nas pessoas”. O anúncio foi feito pela ministra da Gestão e da Inovação, Esther Dweck, nesta terça-feira (2), durante o Painel Telebrasil Summit 2025, em Brasília. O valor faz parte do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), a ambiciosa estratégia do país para se posicionar na nova corrida tecnológica global.

O plano se concentra em duas frentes principais de infraestrutura para garantir a soberania digital: a aquisição de novos supercomputadores de alta performance e, crucialmente, a criação de uma “nuvem de governo” para armazenar os dados mais sensíveis do país em território nacional.

O Plano Brasileiro de IA: protegendo dados estratégicos em solo nacional

A iniciativa da “nuvem de governo”, que será implementada em parceria com as estatais Serpro e Dataprev, visa substituir o uso de nuvens públicas de empresas estrangeiras para informações críticas. “A ideia é substituir as nuvens públicas para aqueles dados que são estratégicos, que são sigilosos em qualquer grau de restrição, por infraestruturas físicas que sejam localizadas no nosso país, para garantir a segurança desses dados”, declarou a ministra Dweck.

Além da nuvem, o plano prevê a ampliação da capacidade de processamento de dados do Brasil com a compra de novos supercomputadores, que se somarão ao já existente Santos Dumont, localizado em Petrópolis (RJ) e listado entre os 100 mais potentes do mundo. Um grupo de trabalho interministerial, com a participação do BNDES, foi criado para gerir a implementação do plano.

Para entender melhor: O que é uma ‘Nuvem de Governo’ e por que ela é importante?

Para o cidadão comum, o termo “nuvem de governo” pode parecer abstrato. Vamos usar uma analogia. Imagine que os dados estratégicos do Brasil (informações de defesa, segredos de estado, dados fiscais de todos os cidadãos) são as “joias da Coroa”. Hoje, muitas dessas “joias” são guardadas em cofres alugados de empresas multinacionais (as nuvens públicas como Amazon, Google e Microsoft). Esses cofres são muito seguros, mas estão em “bancos” que seguem as regras de outros países. Uma “Nuvem de Governo” é o equivalente a construir um cofre-forte dentro do Palácio do Planalto, controlado e protegido exclusivamente por brasileiros. As “joias da Coroa” nunca saem de casa, garantindo que o Brasil tenha controle total sobre suas informações mais sensíveis, sem depender de empresas ou leis estrangeiras.

Parceria com o setor privado e alinhamento global

A ministra Esther Dweck ressaltou que, apesar do foco na soberania, a cooperação com o setor privado é essencial. A parceria com empresas de tecnologia e telecomunicações será fundamental para qualificar bases de dados em áreas como saúde, educação e assistência social, melhorando os serviços públicos.

A estratégia brasileira, segundo ela, está alinhada ao Pacto Digital Global da ONU, que busca preservar valores democráticos na era digital. O PBIA é, portanto, a aposta do Brasil para entrar no jogo da Inteligência Artificial global, mas estabelecendo suas próprias regras e garantindo o controle sobre sua infraestrutura e seus dados mais valiosos.

Da redação com informações do Poder360

Redação do Movimento PB [NMG-OOG-03092025-150210-A3B9C1-15P]


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