Brasil prepara primeiro computador quântico e supercomputador de IA no Nordeste para 2026
Combinando investimento de US$ 10 milhões na Paraíba e instalação de supercomputador de IA na UFCG, o Brasil reforça sua aposta em tecnologia de fronteira.
O Brasil está prestes a alcançar um marco histórico em seu desenvolvimento tecnológico com a implantação esperada, em 2026, de seu primeiro computador quântico nacional. A iniciativa, liderada pelo governo da Paraíba em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), envolve um investimento aproximado de **US$ 10 milhões** (cerca de R$ 53 milhões) para aquisição, infraestrutura e treinamento de equipe técnica especializada.
A instalação ocorrerá na Paraíba, levando o país a integrar o seleto grupo de nações que dominam tecnologias de supercomputação quântica – considerada uma questão de soberania nacional pela capacidade de processamento e aplicações estratégicas nas áreas de saúde, finanças e segurança cibernética.
Paralelamente: Supercomputador de IA na UFCG
Em complemento ao projeto quântico, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), também no Nordeste, anunciou que, ainda em 2025, terá o supercomputador de IA mais poderoso da região. O equipamento contará com 16 GPUs NVIDIA B200 com refrigeração líquida, 2,8 TB de memória GPU dedicada, CPU AMD Turin com mais de 1.000 núcleos físicos, 3 TB de RAM e armazenamento híbrido de até 1,3 PB.
A estrutura será hospedada no Edifício Telmo Araújo, no campus de Campina Grande, com inauguração prevista para dezembro de 2025. O projeto foi aprovado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e reforça a estratégia brasileira de ampliação da capacidade de computação de alto desempenho e inteligência artificial no Nordeste.
Investimento estratégico e impacto para a Paraíba
O investimento de US$ 10 milhões no polo quântico da Paraíba vai além da máquina: inclui adaptação de infraestrutura (climatização, energia, segurança), formação de recursos humanos e instituição de operação 24×7 em regime estadual-federal.
O secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior da Paraíba, Cláudio Furtado, ressaltou que o acesso a essa tecnologia também é uma questão de segurança nacional, já que pesquisadores brasileiros enfrentam restrições em usar computadores quânticos no exterior.
O equipamento, que está sendo adquirido de uma empresa chinesa vinculada à China Electronics Technology Group Corporation, reflete a aposta do Brasil em parcerias internacionais como caminho para o salto tecnológico.
Aplicações e desafios para o Brasil
Com essa capacidade, o Brasil poderá avançar em pesquisas de ponta em áreas como modelagem molecular para novos medicamentos, otimização de portfólios no mercado financeiro por meio de algoritmos quânticos e fortalecimento da cibersegurança estatal e privada.
Ao mesmo tempo, especialistas alertam que a chegada dessa tecnologia exige também a ampliação de marcos regulatórios, capacitação de recursos humanos e definição de políticas de acesso e governança — algo que a parceria da UFCG já incorpora no supercomputador de IA com ênfase em uso multissetorial e multiusuário.
Relevância para a Paraíba e o Nordeste
A escolha da Paraíba para sediar o computador quântico reafirma o protagonismo tecnológico do estado no Nordeste, que desde 1968 abriga um computador mainframe da IBM (modelo 1130). A instalação de um polo desses reforça o papel da região como centro de inovação e equilibra o ecossistema tecnológico nacional.
Do mesmo modo, o supercomputador da UFCG coloca o Nordeste no mapa da computação de alto desempenho no Brasil, ampliando oportunidades de pesquisa em regiões antes subdimensionadas. Em conjunto, os dois projetos podem reduzir o fosso tecnológico entre o Sudeste e o Nordeste e gerar efeito multiplicador na formação de talentos e atração de investimentos.
Fonte: “Brasil terá seu primeiro computador quântico vindo da China com investimento de US$ 10 milhões” + “UFCG terá o supercomputador de IA mais poderoso do Nordeste”.
