Centro de Anhui lidera produção de computadores quânticos na China, com capacidade para oito máquinas simultâneas e chip Wukong de 72 qubits.
Chip Wukong: Tecnologia de Ponta
No coração desses avanços está o chip quântico supercondutor Wukong, com 72 qubits, integrado ao computador “Origin Wukong”, operacional desde janeiro de 2024. O chip, que totaliza 198 qubits (72 qubits de trabalho e 126 qubits de acoplamento), destaca-se pela estabilidade, operando há mais de nove meses com eficiência. Segundo Jia Zhilong, vice-diretor do Laboratório Provincial de Chips Quânticos, a equipe já trabalha em uma nova geração de chips com maior número de qubits e melhor desempenho, visando aplicações em logística, farmacêutica e ciência de materiais.
Desafios da Produção Quântica
Fabricar computadores quânticos é uma tarefa complexa. Os qubits supercondutores, como os do Wukong, exigem condições extremas, operando a temperaturas próximas do zero absoluto (-273,15°C). Além disso, a escolha dos qubits influencia o design de outros subsistemas, tornando a engenharia quântica uma das mais desafiadoras da atualidade. Apesar disso, o centro de Anhui alcançou marcos como a primeira linha de produção de chips quânticos da China e testes automatizados em larga escala, aumentando a eficiência na fabricação.
China na Corrida Global
Enquanto empresas como IBM e Google, nos EUA, lideram em número de qubits — com o Osprey da IBM atingindo 433 qubits —, a China avança rapidamente. O “Origin Wukong” já realizou 270 mil tarefas quânticas para usuários de 133 países, demonstrando capacidade de escala. No entanto, especialistas recomendam cautela com os anúncios chineses, já que o governo pode subestimar ou superestimar seus avanços por razões estratégicas. Ainda assim, a infraestrutura de Anhui e parcerias com empresas como a QuantumCTek sugerem um progresso sólido.
Perspectivas e Impactos
A expansão da produção em Anhui reflete a ambição chinesa de liderar a computação quântica, com possíveis impactos em áreas como inteligência artificial, criptografia e simulações moleculares. Contudo, a dependência de componentes estrangeiros, como máquinas japonesas, ainda é um obstáculo, embora a China tenha iniciado a produção doméstica de módulos cruciais, como o de conectividade de micro-ondas. Esse avanço reduz a vulnerabilidade a sanções internacionais e fortalece a autossuficiência tecnológica do país.
Da redação do Movimento PB com informações de Xataka