Plataforma enfrenta interrupções globais nesta segunda-feira; bilionário sugere envolvimento de grupo ou país.
O bilionário Elon Musk, dono da rede social X (ex-Twitter), atribuiu as instabilidades que afetam a plataforma desde a manhã desta segunda-feira (10) a um “ataque cibernético massivo”. Em uma postagem no próprio X às 14h25 (horário de Brasília), Musk respondeu a um usuário que levantou a hipótese de um ataque digital, afirmando: “Houve (ainda há) um ataque cibernético massivo contra o X. Somos atacados todos os dias, mas isso foi feito com muitos recursos. Ou um grupo grande e coordenado e/ou um país está envolvido. Rastreando…” Até o momento, não há detalhes oficiais sobre a origem ou os métodos do suposto ataque.
Instabilidade Global
Os problemas começaram nas primeiras horas do dia e se espalharam por diversos países. Segundo o Downdetector, site que monitora falhas em serviços online, o Brasil registrou um pico de mais de 4 mil notificações de erro por volta das 6h. Nos Estados Unidos, o número chegou a quase 23 mil, enquanto no Japão as reclamações atingiram cerca de 80 mil. Usuários relatam dificuldades para carregar o feed, publicar conteúdos e enviar mensagens, com a mensagem “Ocorreu um erro. Tente recarregar a página” aparecendo frequentemente no aplicativo e na versão web.
A instabilidade ocorre em um momento em que o X, adquirido por Musk em 2022 por US$ 44 bilhões e rebatizado sob a X Corp, enfrenta desafios técnicos recorrentes. Desde a compra, a plataforma passou por cortes drásticos de equipe e mudanças na infraestrutura, o que alguns especialistas associam ao aumento de falhas. Esta não é a primeira vez que Musk aponta ataques cibernéticos como causa de interrupções — em agosto de 2024, ele citou um suposto ataque DDoS antes de uma live com Donald Trump, embora a alegação tenha sido questionada por insiders.
Escala e Especulações
A declaração de Musk sugere que o ataque atual seria excepcional em escala e sofisticação. “Somos atacados todos os dias, mas isso foi feito com muitos recursos”, escreveu, levantando a possibilidade de envolvimento de um “grupo grande e coordenado” ou até de um Estado-nação. A falta de evidências concretas na postagem, porém, deixa margem para especulações. Posts no X refletem o clima de incerteza: enquanto alguns usuários ironizam com memes, outros questionam se a instabilidade reflete fragilidades internas da plataforma.
A campanha, se confirmada, poderia ser um dos maiores ataques cibernéticos contra uma rede social em 2025. O Downdetector registrou três ondas de interrupções — às 7h, 11h e 13h30 —, com picos globais que indicam um impacto amplo. No Brasil, termos como “Twitter caiu” e “X fora do ar” dominaram o Google Trends ao longo do dia, enquanto usuários migraram para redes como Threads e Bluesky para comentar a situação.
Contexto e Repercussão
Musk, o homem mais rico do mundo segundo a Forbes, transformou o Twitter em X com a promessa de torná-lo uma “plataforma de tudo”, mas sua gestão tem sido marcada por polêmicas e instabilidades. A redução de pessoal técnico e ajustes nos servidores, implementados desde 2022, coincidiram com quedas notáveis, como a de dezembro de 2023, que deixou o site fora do ar por mais de 24 horas. Agora, o bilionário enfrenta o desafio de estabilizar a rede enquanto lida com o que descreve como uma ameaça externa significativa.
A X Corp não emitiu comunicado oficial além da postagem de Musk, e a assessoria de imprensa, contatada por veículos como o g1, não respondeu até o fechamento desta matéria. Especialistas em cibersegurança ouvidos pela CNN Brasil alertam que ataques coordenados por Estados ou grupos sofisticados, como os que Musk sugere, poderiam envolver técnicas como DDoS (negação de serviço) ou exploração de vulnerabilidades na infraestrutura do X. Por enquanto, a plataforma opera de forma intermitente, e a investigação prometida por Musk segue em curso.
Texto baseado em informações do Downdetector e postagens no X, revisado pela nossa redação.